\ A VOZ PORTALEGRENSE: Poema

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Poema

Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.

Manuel António Pina, AMOR COMO EM CASA,
Poemas de Amor, Antologia de Poesia portuguesa,
Organização e prefácio de Inês Pedrosa, Pub. D. Quixote