\ A VOZ PORTALEGRENSE: Crónica de Nenhures

terça-feira, outubro 02, 2007

Crónica de Nenhures

(Artistas de circo em tela de Georges Seurat, 1891)
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O Circo desceu à Cidade
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Pão e Circo, ofereciam os imperadores romanos ao Povo para que ele se mantivesse tranquilo e não fomentasse revoltas.
Os tempos são outros, mas esta “máxima” romana mantém toda a actualidade.
Pode-se dizer que a Terceira República portuguesa entrou na maioridade, ou dito de outra forma, o populismo chegou.
Por essa Europa fora, o populismo tem surgido amiúde, sempre combatido e detestado por quem não o cultiva ou não consegue fomentá-lo. Ele é “a alegria do Povo”!
Nunca dura “eternamente”, mas que é contagioso, é. E que dura é a “ressaca” quando termina a experiência populista.
Desde 1974, Portugal já experimentara o populismo comunista e terceiro mundista de Vasco Gonçalves. Ainda se sentem as consequências daquele desvario totalitário na economia, nas relações de trabalho e nas relações sociais.
Mas também vivera o populismo à Direita com o Governo Pedro Santana Lopes e Paulo Portas, sem as consequências nefastas do Gonçalvismo.
O futuro vai ser fértil em populismos. Se à Direita havia Paulo Portas e à Esquerda Francisco Louçã, agora junta-se-lhes o mais “perigoso” populismo, porque vindo de um partido governamentável, o PPD-PSD de Luís Filipe Menezes.
Mais inteligente que Pedro Santana Lopes, Luís Filipe Menezes vai implementar uma estratégia de desgaste do Governo socialista, procurando recolher todos os desencantos, e são muitos, das políticas implementadas por José Sócrates.
Ao longo da sua história, o PPD-PSD habituou os portugueses a malabarismos políticos e a contorcionismos e piruetas de militantes sempre na busca do melhor lugar para a defesa dos seus interesses particulares. Partido sem Causas e de muitos Interesses, claros e obscuros, o PPD-PSD vive uma nova etapa, continuando a contribuição para o descrédito da Direita em Portugal.
O Circo desceu à Cidade. Quem quiser que o vá ver, o aplauda, o incense. Nunca o faremos.
E aqueles que sempre atacaram Paulo Sacadura Cabral Portas pelo seu, real, populismo, que venham agora também por a nu o perigo que é para a Democracia e para Portugal o populismo de Luís Filipe Menezes!
MCNM