Poesia
A uma cerejeira em flor
“Acordar, ser na manhã de Abril
A brancura desta cerejeira;
Arder das folhas à raiz,
Dar versos ou florir desta maneira.
Abrir os braços, acolher nos ramos,
O vento, a luz ou o que quer que seja;
Sentir o tempo, fibra a fibra,
A tecer o coração duma cereja”
Eugénio de Andrade
in “As Mãos e os Frutos”
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