\ A VOZ PORTALEGRENSE: Pedro e Inês

terça-feira, setembro 04, 2007

Pedro e Inês

Da ‘leitura’ das pedras do túmulo de Inês, quem duvida do Amor de Pedro? “A mais bela História de Amor em Portugal” está imortalizada n’Os Lusíadas e num número incontável de livros, em prosa e em verso. Mas também no subconsciente daqueles que um dia tiveram o privilégio de amar!
«La Reine Crucifiée» é mais um livro que fala de Pedro e Inês. Ainda sem tradução portuguesa, da autoria de Gilbert Sinoué e datado de 2005, lemo-lo nestes dias finais de férias. E com todo o proveito.
Em paralelo correm dois factos.
Um é a tentativa de encontrar um mapa marítimo que conduziria ao mítico reino do Preste João. Se no final se conclui que a Igreja forjara o documento que falava na existência do Preste João, a verdade é que o franciscano Aurelio Cambini tinha o mapa que a elas conduzia, mapa que não é “encontrado”.
O outro é a história de Dom Pedro I e de Inês de Castro, que Fernão Lopes tratou na Crónica do Rei Justiceiro.
Mas o tema principal é a história de Pedro e Inês. Desde que a viu, Pedro jamais a irá esquecer.
Non. Elle ne pouvait être réelle ! Cette blancheur ! L’éclat de ce teint, cette grâce ! Elle ne pouvait être réelle. Ces joues de lys et de rose. Ce cou d’albâtre. Et sous le satin, seins d’ivoire ou de neige ? Cheveux d’or, c’est sûr, tressés dans le poudroiement de la mer de Paille. Lèvres serties dans le rubis et le corail. Et ses yeux. Ses yeux couleur d’opale comme la mer. Verts comme demain. Verts comme toujours. [p.43, l. 18 a 24]
Pedro amá-la-á desde a primeira vez.
Insensiblement, elle qui n’avait jamais fait l’amour se surprit à gémir, à ployer sous le plaisir. Elle s’abandonnait, dérivait vers lui, buvant à des sources jamais entrevues. A mesure que l’étreinte se prolongeait, se révélaient peu à peu des joies insoupçonnées, des fièvres brûlantes, tout un monde jusque-là enfoui dans les secrets de sa chair. Et lui accomplissait le même voyage. Alors le voile se déchira. Le corps d’Inès s’arc-bouta violemment. Elle se mordit la lèvre inférieure pour mieux contenir sa jouissance. Ni souffrance ni douleur, le bonheur seulement. Pedro était en elle, et sont ventre, mer vierge, l’avait accueilli comme un amant de retour. Ils s’unirent encore et encore jusqu’à la fin de la nuit, jusqu’à l’heure où le premier rayon de soleil se glissa dans la chambre, traversa la pièce et alla se poser sur le manteau de la cheminée, éclairant du même coup la chevalière qui s’y trouvait. [p.110, l.26 a 30 e p.111, l.1 a 11]
Uma grande história de amor tem sempre um final. Feliz? Quiçá a Felicidade abandone aqueles que verdadeiramente amam.
E o final é conhecido. Por razões de Estado, Inês de Castro, que gerara um filho, tem que ser morta, para não pôr em perigo a sucessão de D. Fernando, filho de D. Pedro e de D. Constança.
O drama da morte de Inês só termina quando aquela que depois de morta foi Rainha repousa para a Eternidade em Alcobaça, e Pedro descansa a seu lado.
Pedro amou Inês.
- Nous n’attendrons pas le Jugement Dernier. Ni toi ni moi ne mourrons jamais. On ne meurt pas lorsque l’on aime. Jamais… [p.373, l. 28 a 30]
MM