\ A VOZ PORTALEGRENSE: Crónica de Nenhures

segunda-feira, maio 28, 2007

Crónica de Nenhures

BRICA
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Portugal, país atlântico, pequeno em dimensão geográfica e escasso em matérias-primas, vive dependente da posição que ocupa numa Ibéria em que a Meseta castelhana tenta impor a sua força centrípeta.
País da União Europeia, membro fundador da NATO, toda a sua política externa tem como objectivo a aliança com a potência marítima, neste tempo e lugar os EUA, outrora a Pérfida Albion.
Mas a política externa não é uma ciência estanque, pelo que há que manter boas relações quer com potências regionais, quer com a potência continental, que, queira-se ou não, é a Rússia de Vladimir Putin, como a marítima é a de George W. Bush.

Está o primeiro-ministro de Portugal de visita de Estado à Rússia. Hoje em dia estas visitas são mais, ou apenas, de carácter económico.
Compreende-se que Portugal procure alargar os laços económicos com as chamadas economias emergentes, e a Rússia é um exemplo desse conceito, como o são o Brasil, a Índia, a China e Angola.
Nestas visitas o pragmatismo é fundamental.
Curiosamente, nenhum destes cinco países, cujas iniciais formam a palavra “BRICA”, tem uma democracia plena como as de tipo ocidental, se bem que Brasil e Rússia se aproximam mais desse padrão, mas os problemas da corrupção e de falta de alguma liberdade de expressão impedem brasileiros e russos de viverem em liberdade plena.
A Índia, apelidada de maior Democracia do Mundo, vive com as mais flagrantes desigualdades sociais, enquanto a China é capitalista na economia e comunista nos direitos pela ausência de Liberdade, e Angola continua uma cleptocracia, em que uma família, dos Santos, “distribui” pelos aliados as riquezas de um País, que são pertença de todo o Povo.
Mas Portugal ao seguir o pragmatismo tem que evidenciar as suas potencialidades de forma a receber novos investimentos e a encontrar novos mercados.
MM