Crónica de Nenhures
A vida tem por vezes facetas inesperadas. Ainda “ontem” era impossível falar-se de António Oliveira Salazar sem que tal facto acarretasse uma mão cheia de insultos se se elogiava, ou uma panóplia de concordâncias se se atacava.
“Hoje” assiste-se a um confronto verbal entre admiradores e adversários, que, excluindo os extremismos de um lado e de outro, normais em situações semelhantes, começa a ter nível cultural.
O pseudo-concurso da RTP1 «Os Grandes Portugueses», involuntariamente iniciou um novo período de estudo sobre Oliveira Salazar. Não interessando o desfecho do dito, quem ganhar nunca será o “maior de todos os portugueses”, como se tal fosse possível quantificar, é cada vez mais ponto assente que “Salazar já ‘ganhou’”.
E Salazar ‘ganhou’ porque, tal como acontecera com Sebastião José de Carvalho e Melo, que após a sua queda política com a morte do rei D. José, se tornou um proscrito em todos os sentidos, o passar do tempo serenou ânimos e permitiu que o legado do Marquês de Pombal começasse a ser serenamente analisado. E o mesmo tempo começa agora para Salazar.
A nova polémica com a criação do denominado Museu Salazar, nome que o povo dá a uma entidade que ainda não passou de intenção, veio ainda criar mais condições para que a figura do estadista venha a ter o destaque que merece na História de Portugal.
É a partir de agora que verdadeiramente se começará a estudar o Estado Novo e a sua figura tutelar, António de Oliveira Salazar.
Mas, não se espere facilidades no estudo da personalidade e legado de António de Oliveira Salazar. A sua figura esfíngica “guarda” até hoje mais dúvidas que certezas. Quem era realmente Salazar? O seu franciscanismo é uma filosofia política? Era um homem com ideologia ou um pragmático? Porque não preparou a própria e inevitável sucessão?
Salazar nunca quis adjectivos para caracterizar o seu consulado, deixando aos vindouros essa tarefa. Situá-lo na época em que viveu é a primeira tarefa a ser empreendida. Para compreender a sua acção tem que se conhecer o seu pensamento, e os seus discursos impressos são o começo mas não o fim. Os seus Dispersos têm uma importância maior que os discursos, porque aqueles são a teoria de um acção, enquanto os segundos são a acção de um pensamento.
As consequências das decisões que Salazar tomou constituem a conclusão do pensamento e da acção que as determinaram. E o determinismo foi para Salazar uma constante na sua acção. Tal com a “invisibilidade”, traduzida mais na “ausência” imanente ao exercício do poder, do que no recolhimento físico de tipo monástico.
Personalidade complexa, não é fácil o seu estudo, mas António de Oliveira Salazar começa finalmente a conhecer o veredicto da História.
“Hoje” assiste-se a um confronto verbal entre admiradores e adversários, que, excluindo os extremismos de um lado e de outro, normais em situações semelhantes, começa a ter nível cultural.
O pseudo-concurso da RTP1 «Os Grandes Portugueses», involuntariamente iniciou um novo período de estudo sobre Oliveira Salazar. Não interessando o desfecho do dito, quem ganhar nunca será o “maior de todos os portugueses”, como se tal fosse possível quantificar, é cada vez mais ponto assente que “Salazar já ‘ganhou’”.
E Salazar ‘ganhou’ porque, tal como acontecera com Sebastião José de Carvalho e Melo, que após a sua queda política com a morte do rei D. José, se tornou um proscrito em todos os sentidos, o passar do tempo serenou ânimos e permitiu que o legado do Marquês de Pombal começasse a ser serenamente analisado. E o mesmo tempo começa agora para Salazar.
A nova polémica com a criação do denominado Museu Salazar, nome que o povo dá a uma entidade que ainda não passou de intenção, veio ainda criar mais condições para que a figura do estadista venha a ter o destaque que merece na História de Portugal.
É a partir de agora que verdadeiramente se começará a estudar o Estado Novo e a sua figura tutelar, António de Oliveira Salazar.
Mas, não se espere facilidades no estudo da personalidade e legado de António de Oliveira Salazar. A sua figura esfíngica “guarda” até hoje mais dúvidas que certezas. Quem era realmente Salazar? O seu franciscanismo é uma filosofia política? Era um homem com ideologia ou um pragmático? Porque não preparou a própria e inevitável sucessão?
Salazar nunca quis adjectivos para caracterizar o seu consulado, deixando aos vindouros essa tarefa. Situá-lo na época em que viveu é a primeira tarefa a ser empreendida. Para compreender a sua acção tem que se conhecer o seu pensamento, e os seus discursos impressos são o começo mas não o fim. Os seus Dispersos têm uma importância maior que os discursos, porque aqueles são a teoria de um acção, enquanto os segundos são a acção de um pensamento.
As consequências das decisões que Salazar tomou constituem a conclusão do pensamento e da acção que as determinaram. E o determinismo foi para Salazar uma constante na sua acção. Tal com a “invisibilidade”, traduzida mais na “ausência” imanente ao exercício do poder, do que no recolhimento físico de tipo monástico.
Personalidade complexa, não é fácil o seu estudo, mas António de Oliveira Salazar começa finalmente a conhecer o veredicto da História.
MM
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