Rosa Casaco secreto até na morte
António Rosa Casaco, o ex-inspector da PIDE-DGS que chefiou a brigada que em 1965 assassinou o general Humberto Delgado, morreu na manhã de 11 de Julho em casa de um familiar, no Estoril, apurou o EXPRESSO junto da Conservatória do Registo Civil. O corpo foi cremado às 16 horas de dia 12 no cemitério do Alto de São João, em Lisboa. As causas da morte do antigo operacional da PIDE, que tinha 91 anos, não são conhecidas, embora seja provável que se devam a problemas do foro cardiológico. Entre 14 e 26 de Junho, Rosa Casaco esteve internado no Hospital de Cascais na sequência de uma crise cardíaca. Tanto a morte como o funeral do ex-inspector da polícia política do antigo regime foram rodeados do maior sigilo.
Nascido a 1 de Março de 1915 em Rossio ao Sul do Tejo (Abrantes), António Rosa Casaco ingressou na Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) em 1937, com apenas 21 anos, como agente praticante. Inspector desde 1962, destacou-se pelo envolvimento na chamada «Operação Outono» — ou «operação de cerco e aniquilamento do general Humberto Delgado», como lhe chamaram os dois investigadores principais do crime. A 13 de Fevereiro de 1965, perto de Badajoz, chefiou a brigada que assassinou o «general sem medo» e a sua secretária, a cidadã brasileira Arajaryr Campos. Dos quatro elementos que integraram esta brigada, apenas Ernesto Lopes Ramos ainda vive.
Na sequência do 25 de Abril de 1974 Rosa Casaco foge do país, transpondo a fronteira para Espanha a 27, em Vila Verde da Raia. Em Junho partiria - acompanhado pela mulher - para a República Dominicana, com um passaporte português em nome de António Roque Carmona. A escolha desta república caribenha foi ditada pelas relações de amizade que firmara com o ex-Presidente Hector Trujillo, um ditador latino-americano que nos anos 6o pedira asilo a Portugal. Voltou a Madrid, onde passou o Natal de 1974 com a família. Em 1975, quando dois dos seus três filhos emigraram para o Brasil, Rosa Casaco juntou-se-lhes.
Em 1981 foi julgado, à revelia, e condenado a oito anos de prisão, pena que nunca cumpriu. Em 1998 concedeu uma entrevista ao EXPRESSO, em Zafra (Espanha), mas deixou-se fotografar junto à Torre de Belém, em Lisboa, o que causou grande indignação no meio político. Três anos depois, após uma longa batalha jurídica, o Tribunal Constitucional considerou que a pena já havia prescrito, o que lhe permitiu voltar a Portugal. Em Abril deste ano, Rosa Casaco publicou ‘Memórias do Meu Tempo’, uma colectânea de crónicas escritas durante o que designou de «doloroso e longo exílio», de 27 de Abril de 1974 até Maio de 2002.
Nascido a 1 de Março de 1915 em Rossio ao Sul do Tejo (Abrantes), António Rosa Casaco ingressou na Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) em 1937, com apenas 21 anos, como agente praticante. Inspector desde 1962, destacou-se pelo envolvimento na chamada «Operação Outono» — ou «operação de cerco e aniquilamento do general Humberto Delgado», como lhe chamaram os dois investigadores principais do crime. A 13 de Fevereiro de 1965, perto de Badajoz, chefiou a brigada que assassinou o «general sem medo» e a sua secretária, a cidadã brasileira Arajaryr Campos. Dos quatro elementos que integraram esta brigada, apenas Ernesto Lopes Ramos ainda vive.
Na sequência do 25 de Abril de 1974 Rosa Casaco foge do país, transpondo a fronteira para Espanha a 27, em Vila Verde da Raia. Em Junho partiria - acompanhado pela mulher - para a República Dominicana, com um passaporte português em nome de António Roque Carmona. A escolha desta república caribenha foi ditada pelas relações de amizade que firmara com o ex-Presidente Hector Trujillo, um ditador latino-americano que nos anos 6o pedira asilo a Portugal. Voltou a Madrid, onde passou o Natal de 1974 com a família. Em 1975, quando dois dos seus três filhos emigraram para o Brasil, Rosa Casaco juntou-se-lhes.
Em 1981 foi julgado, à revelia, e condenado a oito anos de prisão, pena que nunca cumpriu. Em 1998 concedeu uma entrevista ao EXPRESSO, em Zafra (Espanha), mas deixou-se fotografar junto à Torre de Belém, em Lisboa, o que causou grande indignação no meio político. Três anos depois, após uma longa batalha jurídica, o Tribunal Constitucional considerou que a pena já havia prescrito, o que lhe permitiu voltar a Portugal. Em Abril deste ano, Rosa Casaco publicou ‘Memórias do Meu Tempo’, uma colectânea de crónicas escritas durante o que designou de «doloroso e longo exílio», de 27 de Abril de 1974 até Maio de 2002.
in, Expresso, 22/7/2006, pg. 28
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