Cristóvão Falcão
A écloga, que narra os amores e as desventuras do pastor Crisfal e da pastora Maria, aparece publicada pela primeira vez na edição de 1554 da Menina e Moça de Bernardim Ribeiro, saída em Ferrara, e acompanhada da seguinte epígrafe: «Écloga de Cristóvão Falcão chamada Crisfal». A escrita de Crisfal poderá estar ligada, conforme vem referido numa carta em verso escrita muito provavelmente pelo autor da écloga, à sua paixão por Maria Brandão. As Trovas de um Pastor por Nome Crisfal, misto de narrativa e poema lírico, são ainda hoje das mais belas páginas bucólicas que a literatura portuguesa produziu.
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Cristóvão Falcão de Sousa terá nascido em Portalegre entre 1515 e 1518 de uma família nobre. Seu pai era cavaleiro, tendo servido como capitão na Mina. Foi educado a partir dos nove anos no Paço, onde aprendeu as belas-artes. Por ter casado com uma menor em segredo, foi condenado e preso no castelo de Lisboa. Saído da prisão cinco anos depois, procurou a sua amada em Lorvão, começando entretanto a escrever o poema Crisfal, onde canta a arrebatadora paixão que o tomara. Em 1542, o rei D. João III, para evitar mais escândalos, enviou-o a Roma como seu agente particular. Regressado ao reino, é despachado em 1545 como capitão da fortaleza de Arguim, na África. Regressou a Portugal em 1547, tendo sido novamente preso devido à agressão a um fidalgo. Em 1551 obtém uma carta de perdão. Terá casado em 1553 com Isabel Caldeira, não se conhecendo mais nada sobre o que depois lhe sucedeu. [mj]
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