O Leque de Lady Windermere
Nos tempos que correm, Óscar Wilde é um escritor out of fashion. Já nem os escândalos que protagonizou na Inglaterra vitoriana são estória. Aliás, tais, seriam hoje perfeitamente normais, num tempo em que, entre tantos exemplos ‘menores’, um ministro dos Negócios Estrangeiros ou uma segunda figura do Estado cultivam os mesmos prazeres.
Mas, mesmo estando a escrita do escritor Óscar Wilde fora do tempo, não deixamos de o ler, no caso presente de o reler.
No passado domingo, 16 de Outubro, no canal Sony, o 65 da grelha do MEO, começámos a ver o filme «Uma Boa Mulher», que a princípio não identificámos a ‘origem’. Só quando a Scarlett Johansson lhe chamaram Lady Windermere, é que associámos o nome à peça teatral de Wilde «Lady Windermere’s Fan».
A história conta-se em poucas palavras: _ Uma mãe abandona o marido e a filha, que troca por um amante que mais tarde a deixa. A filha vive na ignorância do passado da mãe, que julga falecida. Com uma vida dissoluta, a mãe descobre que a filha fez um casamento rico e começa a chantagear o genro. Entretanto, a filha, com ciúmes, vai trocar o marido e o filho por um playboy. Mas a mãe consegue evitar que tal aconteça, e assim a sua história de vida não se irá repetir com a da filha. O leque é o adereço que, numa peça de teatro deste tipo, de fatal passa a salvador. Claro que tudo acaba em bem, e a mãe fez algo que a enobrece junto da filha, que nunca saberá que aquela sua salvadora é a própria mãe.
O teatro é muito useiro em finais felizes!
Depois, a curiosidade em comparar o filme com o livro foi maior, e relemo-lo. Realmente, a história é idêntica. A peça, em quatro actos, e o cenário mudam-se para Amalfi, na Itália, e a imagem e a paisagem são deslumbrantes, bem como o desempenho dos principais actores.
Mário Casa Nova Martins
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