Crónica de Nenhures
36 PRIMEIRO CADERNO – Expresso, 25 de Abril de 2009
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Manual do Candidato às Europeias
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Manual do Candidato às Europeias
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O editorial do semanário Expresso do passado sábado pode ser visto ou interpretado como um Manual do Candidato às eleições para o Parlamento Europeu, que vão ter lugar no próximo dia 7 de Junho.
Nele são enunciados um conjunto de itens que, se por um lado interessam aos eleitores, também saber-se o que pensam os candidatos sobre eles é importante para uma campanha eleitoral que à partida se prevê desinteressante para os portugueses, pese embora o seu real interesse para Portugal.
São já conhecidos os cabeça-de-lista dos principais partidos a estas eleições europeias. O BE tem o “repetente” Miguel Portas, o PCP a “repetente” Ilda Figueiredo, o PS Vital Moreira, o PSD Paulo Rangel, o CDS Nuno Melo e o PNR Humberto Nuno de Oliveira.
Um pequeno fait-divers permite dizer que os três candidatos da Esquerda são ou foram comunistas, mais ou menos ortodoxos, filiados no PCP. É curioso este facto, porque quer o PS, quer o BE, não conseguiram encontrar ninguém dentro de si, que encarne os seus Ideais desde há longa data. Portas e Vital são “cristãos-novos”, se bem que Vital Moreira tenha tido um estatuto muito superior dentro da nomenclatura do PCP que Miguel Portas.
“Lutando” entre si pelo melhor resultado à Esquerda, os dois ex-comunistas Vital e Portas e a comunista Ilda muito terão que mostrar os que os “separa”, mais do que os “une”, em termos de Europa.
Diferentes são os três candidatos da Direita. Mas, também à Direita aconteceu um fait-divers. A nomeação de Paulo Rangel para liderar a lista do PSD foi feita pelo método do “braço no ar”, um método puro do Estalinismo, que pelos vistos está a fazer “escola” no PSD.
Paulo Rangel é um político com retórica, que, se na qualidade de tribuno é excelente, em termos de conteúdo, Ideias e Valores, “aos costumes disse nada”. Desde sempre que a posição do PSD em relação à Europa é ambígua, sempre ao sabor do momento, sem ter uma linha de rumo de coerência, facto, aliás, habitual neste partido que ora é social-democrata, ora liberal, mas que é indiscutivelmente o “fruto” da ANP do Marcellismo. O seu actual europeísmo tem muito a ver com o facto de Durão Barroso ser o presidente da Comissão Europeia.
Também o CDS prima pela “incoerência” face à Europa. De eurocéptico a convicto europeísta foi um passo, dado pelo actual líder, cuja verticalidade em termos de Ética e de Princípios na Política nunca foi o seu “forte”. Nuno Melo é um “produto” do Portismo, uma “doutrina” difusa em que os Interesses se sobrepõem aos Valores, em que a manutenção, perpetuação no Poder é vista como um objectivo a alcançar por todos os meios. Hoje o CDS é um partido que defende a União Europeia, bem como o Euro, a moeda única. Apoiamos estes dois pontos.
Antifederalista é o PNR e o seu candidato, Humberto Nuno de Oliveira. Não é antieuropeu, é por uma Europa das Nações, onde seja possível que o “menor” seja ouvido e não vigore “a lei do mais forte”, isto é, que Alemanha, França e outros de dimensão aproximada decidam tudo, sem que os pequenos países tenham uma palavra a dizer. Humberto Nuno de Oliveira é um Nacionalista convicto, luta para que Portugal, país ultraperiférico, seja membro de pleno direito na União Europeia. E com estas posições concordamos.
O Tratado de Lisboa, o desemprego, a imigração, a politica externa da UE, a defesa da UE, são temas que o Expresso, e nós, gostaríamos que fossem debatidos na campanha eleitoral. Também outros assuntos como a liberdade religiosa dentro da UE, a posição da UE face aos EUA e principalmente face à Rússia, a problemática da posição da Turquia face à UE e vice-versa, devem ser objecto de clarificação.
Prevê-se uma abstenção para as eleições europeias à volta dos 70%. Se a campanha eleitoral não responder a nenhum dos problemas que assolam a União Europeia, de certeza que este valor será ultrapassado. Não era isso que queríamos.
Nele são enunciados um conjunto de itens que, se por um lado interessam aos eleitores, também saber-se o que pensam os candidatos sobre eles é importante para uma campanha eleitoral que à partida se prevê desinteressante para os portugueses, pese embora o seu real interesse para Portugal.
São já conhecidos os cabeça-de-lista dos principais partidos a estas eleições europeias. O BE tem o “repetente” Miguel Portas, o PCP a “repetente” Ilda Figueiredo, o PS Vital Moreira, o PSD Paulo Rangel, o CDS Nuno Melo e o PNR Humberto Nuno de Oliveira.
Um pequeno fait-divers permite dizer que os três candidatos da Esquerda são ou foram comunistas, mais ou menos ortodoxos, filiados no PCP. É curioso este facto, porque quer o PS, quer o BE, não conseguiram encontrar ninguém dentro de si, que encarne os seus Ideais desde há longa data. Portas e Vital são “cristãos-novos”, se bem que Vital Moreira tenha tido um estatuto muito superior dentro da nomenclatura do PCP que Miguel Portas.
“Lutando” entre si pelo melhor resultado à Esquerda, os dois ex-comunistas Vital e Portas e a comunista Ilda muito terão que mostrar os que os “separa”, mais do que os “une”, em termos de Europa.
Diferentes são os três candidatos da Direita. Mas, também à Direita aconteceu um fait-divers. A nomeação de Paulo Rangel para liderar a lista do PSD foi feita pelo método do “braço no ar”, um método puro do Estalinismo, que pelos vistos está a fazer “escola” no PSD.
Paulo Rangel é um político com retórica, que, se na qualidade de tribuno é excelente, em termos de conteúdo, Ideias e Valores, “aos costumes disse nada”. Desde sempre que a posição do PSD em relação à Europa é ambígua, sempre ao sabor do momento, sem ter uma linha de rumo de coerência, facto, aliás, habitual neste partido que ora é social-democrata, ora liberal, mas que é indiscutivelmente o “fruto” da ANP do Marcellismo. O seu actual europeísmo tem muito a ver com o facto de Durão Barroso ser o presidente da Comissão Europeia.
Também o CDS prima pela “incoerência” face à Europa. De eurocéptico a convicto europeísta foi um passo, dado pelo actual líder, cuja verticalidade em termos de Ética e de Princípios na Política nunca foi o seu “forte”. Nuno Melo é um “produto” do Portismo, uma “doutrina” difusa em que os Interesses se sobrepõem aos Valores, em que a manutenção, perpetuação no Poder é vista como um objectivo a alcançar por todos os meios. Hoje o CDS é um partido que defende a União Europeia, bem como o Euro, a moeda única. Apoiamos estes dois pontos.
Antifederalista é o PNR e o seu candidato, Humberto Nuno de Oliveira. Não é antieuropeu, é por uma Europa das Nações, onde seja possível que o “menor” seja ouvido e não vigore “a lei do mais forte”, isto é, que Alemanha, França e outros de dimensão aproximada decidam tudo, sem que os pequenos países tenham uma palavra a dizer. Humberto Nuno de Oliveira é um Nacionalista convicto, luta para que Portugal, país ultraperiférico, seja membro de pleno direito na União Europeia. E com estas posições concordamos.
O Tratado de Lisboa, o desemprego, a imigração, a politica externa da UE, a defesa da UE, são temas que o Expresso, e nós, gostaríamos que fossem debatidos na campanha eleitoral. Também outros assuntos como a liberdade religiosa dentro da UE, a posição da UE face aos EUA e principalmente face à Rússia, a problemática da posição da Turquia face à UE e vice-versa, devem ser objecto de clarificação.
Prevê-se uma abstenção para as eleições europeias à volta dos 70%. Se a campanha eleitoral não responder a nenhum dos problemas que assolam a União Europeia, de certeza que este valor será ultrapassado. Não era isso que queríamos.
Mário Casa Nova Martins
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