Monarquia
Caro Amigo:
Recebi e li com agrado o texto sobre a Monarquia em Portugal. Devo no entanto, por puro prazer de reflexão, enviar-te algumas ideias.
O povo de Portugal, "aprendeu a ler" com a República. Os factos que lhe foram fornecidos criaram uma imagem distorcida do regímen Monárquico, e o que lhe ficou até hoje é um quadro negro, onde a história foi escrita com um giz de mentira e conivência traiçoeira.
A História, escrita pelos vencedores, passou com o beneplácito de uma pseudo Nobreza portuguesa, bolorenta e falida, capaz de, como quase sempre, vender os anéis para ficar com os dedos. Nunca em Portugal se tentou levantar, por parte de quem tudo devia à instituição monárquica, um movimento esclarecedor e reactivo ás doutrinas republicanas.
Hoje, quando outro século acabou de começar, penduram-se "títulos" nas capas de revistas, brasões nas marcas de vinho, presenças em festas, mas nada é feito, de forma inteligente, organizada e liderada por quem poderia e devia realmente esclarecer o Povo.
A verdadeira notícia de liberdade e democracia, com raízes fundas em Portugal, escreve-se com a verdadeira história. Contando o bom e o mau, explicando as épocas, as origens, os títulos, as obrigações.
Escreve-se com a coragem de enfrentar a ignorância forçada e a estupidez assumida nos autocolantes da "coroazinha", perfeito retrato da necessidade de "ser" em alguma coisa semelhante à gente das revistas.
Inconsequentes jantares de conjurados, compostos com peles e capotes, tão cheios de naftalina como a cabeça dos donos, onde pouco mais se lê que o menu, mais não fazem que ajudar a manter a triste e real ideia, que o povo tem dos monárquicos. Um pequeno grupo de saudosos do que não viveram, de promotores de um ideal que na verdade não querem.
É de facto necessária a conjura, a revolta contra nós próprios e contra o rei que não temos, contra um país que se vende a notas de euro, contra políticos de obscuros interesses, contra uma sociedade de contos de fada.
Só depois desta catarse será possível instalar um regímen monárquico, aceite e desejado por um povo esclarecido.
A verdadeira revolução passa pelo esclarecimento das camadas verdadeiramente populares e não pelo alimentar de inúteis discussões filosóficas entre um pequeno grupo de pensadores esclarecidos.
A aclamação de um novo Rei, de uma nova dinastia, de um novo Portugal, será um dia feita pelo povo. Mas, pelo tempo e pelo modo, nada terá a ver com as nossas actuais preocupações, com as questões dinásticas, com Carlos V, Olivença, Braganças....
Será a degradação das condições de vida da maior parte da sociedade, a falência do equilíbrio natural do planeta, a tomada de consciência das condições de governabilidade do país e a forma como tem sido exercida que porá um no Rei em Portugal.
Será talvez o Quinto Império, possivelmente uma verdadeira Monarquia e seguramente tudo menos aquilo que os actuais "monárquicos" dizem querer.
Um abraço
[]
_______
A propósito do nosso texto na Alameda Digital, recebemos este Comentário/Análise de um Amigo que muito prezamos, e cuja Amizade tem décadas.
Não Lhe pedimos autorização para o editar, pelo que retirámos a Sua assinatura.
Tomamos a liberdade de o tornar público, principalmente dada a sua qualidade analítica, e também porque ao longo de anos temos conversado sobre esta temática, havendo convergência de opinião.
Bem-Hajas!
Recebi e li com agrado o texto sobre a Monarquia em Portugal. Devo no entanto, por puro prazer de reflexão, enviar-te algumas ideias.
O povo de Portugal, "aprendeu a ler" com a República. Os factos que lhe foram fornecidos criaram uma imagem distorcida do regímen Monárquico, e o que lhe ficou até hoje é um quadro negro, onde a história foi escrita com um giz de mentira e conivência traiçoeira.
A História, escrita pelos vencedores, passou com o beneplácito de uma pseudo Nobreza portuguesa, bolorenta e falida, capaz de, como quase sempre, vender os anéis para ficar com os dedos. Nunca em Portugal se tentou levantar, por parte de quem tudo devia à instituição monárquica, um movimento esclarecedor e reactivo ás doutrinas republicanas.
Hoje, quando outro século acabou de começar, penduram-se "títulos" nas capas de revistas, brasões nas marcas de vinho, presenças em festas, mas nada é feito, de forma inteligente, organizada e liderada por quem poderia e devia realmente esclarecer o Povo.
A verdadeira notícia de liberdade e democracia, com raízes fundas em Portugal, escreve-se com a verdadeira história. Contando o bom e o mau, explicando as épocas, as origens, os títulos, as obrigações.
Escreve-se com a coragem de enfrentar a ignorância forçada e a estupidez assumida nos autocolantes da "coroazinha", perfeito retrato da necessidade de "ser" em alguma coisa semelhante à gente das revistas.
Inconsequentes jantares de conjurados, compostos com peles e capotes, tão cheios de naftalina como a cabeça dos donos, onde pouco mais se lê que o menu, mais não fazem que ajudar a manter a triste e real ideia, que o povo tem dos monárquicos. Um pequeno grupo de saudosos do que não viveram, de promotores de um ideal que na verdade não querem.
É de facto necessária a conjura, a revolta contra nós próprios e contra o rei que não temos, contra um país que se vende a notas de euro, contra políticos de obscuros interesses, contra uma sociedade de contos de fada.
Só depois desta catarse será possível instalar um regímen monárquico, aceite e desejado por um povo esclarecido.
A verdadeira revolução passa pelo esclarecimento das camadas verdadeiramente populares e não pelo alimentar de inúteis discussões filosóficas entre um pequeno grupo de pensadores esclarecidos.
A aclamação de um novo Rei, de uma nova dinastia, de um novo Portugal, será um dia feita pelo povo. Mas, pelo tempo e pelo modo, nada terá a ver com as nossas actuais preocupações, com as questões dinásticas, com Carlos V, Olivença, Braganças....
Será a degradação das condições de vida da maior parte da sociedade, a falência do equilíbrio natural do planeta, a tomada de consciência das condições de governabilidade do país e a forma como tem sido exercida que porá um no Rei em Portugal.
Será talvez o Quinto Império, possivelmente uma verdadeira Monarquia e seguramente tudo menos aquilo que os actuais "monárquicos" dizem querer.
Um abraço
[]
_______
A propósito do nosso texto na Alameda Digital, recebemos este Comentário/Análise de um Amigo que muito prezamos, e cuja Amizade tem décadas.
Não Lhe pedimos autorização para o editar, pelo que retirámos a Sua assinatura.
Tomamos a liberdade de o tornar público, principalmente dada a sua qualidade analítica, e também porque ao longo de anos temos conversado sobre esta temática, havendo convergência de opinião.
Bem-Hajas!
MárioJ.
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