\ A VOZ PORTALEGRENSE: janeiro 2017

terça-feira, janeiro 31, 2017

PORTUGAL PRESENTE

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Será que o poder das redes sociais marca de facto a ordem do dia? Mas que tipo de poder é esse?
É um poder muito perigoso porque não obedece a leis ou a princípios, é uma força totalitária que ameaça a Liberdade, seja ela de pensar, seja de agir. Ao querer atingir objectivos nem sempre lícitos e muito menos lineares, chega às massas e sabe-se a sua irracionalidade, justamente no pensar e principalmente no agir.
Cada vez é mais ouvido ou lido que uma frase, uma opinião, uma imagem, tornou-se viral. E depois o que acontece?
É simples, a espuma dos dias leva-a para o baú do esquecimento. O viral torna-se rapidamente obsoleto. Antes, enquanto é viral, são produzidos comentários nas denominadas “caixas de comentários”, uns sérios e documentados, outros sem a preocupação de contextualização, mas a grande maioria é o insulto, a ameaça, a calúnia.
Hoje em dias assiste-se ao alastrar da ignorância, da incultura, em suma, a tal maioria do comentadores jamais se preocupa com o detalhe, com o contexto ou sequer em perceber o assunto que comenta. Todos percebem de tudo, comentam tudo, e acima de tudo, consideram-se os detentores únicos da verdade.
Uma dos flagelos do tempo presente são as redes socais, que manipulam a informação, que deformam a informação, que fazem a mais descarada censura, tudo em nome do antidemocrático politicamente correcto, que não é mais do que uma forma, viral, do pensamento único, que a mentirosa imprensa de referência quer inculcar nos seus leitores ou ouvintes.
Assim, torna-se necessário a criação de canais alternativos a essa mentirosa imprensa de referência, a esse pensamento único, daí a necessidade sentida da criação de um espaço plural de informação, que é esta Casa, multidisciplinar nos saberes e nos conteúdos.
Este processo há muito que era sentido, mas a recente censura e saneamentos no único espaço de liberdade na área da comunicação social escrita, levou ao acelerar do processo que terminou com a fundação do «Portugal Presente».
Mário Casa Nova Martins
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sexta-feira, janeiro 27, 2017

Tintin no País dos Sovietes

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Tintin no País dos Sovietes
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Uma primeira edição de 300.000 exemplares numa edição normal, mais 50.000 numa edição de luxo, datadas de 11 de Janeiro de 2017. O nosso tem o número 16.283 da edição de luxo.
Tintin não seria Tintin, ou Hergé não seria Hergé, se não houvesse polémica em torno do ‘herói’ e do seu criador. A última tem a ver com a edição a cores da primeira aventura de Tintin.
Em testamento, George Remi proibiu a continuação das aventuras de Tintin. Assim, o último álbum é «Tintin e os Píacros», não considerando o inacabado «Tintin e a Alph-Art».
Agora os testamentários acordaram na edição a cores daquela e notável primeira obra, mantendo o texto e tudo o mais.
Para os Tintinófilos, nada é superior à edição original, contudo há que dizer que esta edição a cores é muito importante para todos os leitores de Tintin, porque, principalmente para os mais novos, a introdução da cor é um elemento importantíssimo.
Mantendo os desenhos e os diálogos, «Tintin no País dos Sovietes», mantém a sua importância, agora acrescentada pela cor, no imaginário do anticomunismo, que hoje, para os europeus, é coisa de um passado a esquecer, mas que é preciso ter sempre presente o que foi a governação dos sovietes, e o que dela resultou não só para o povo Russo, mas também para a Europa e para o Mundo.
A primeira edição portuguesa em álbum de «Tintin no País dos Sovietes» teve a chancela da extinta Editora Verbo em 2 de Dezembro de 1999.
Antes, na década de oitenta, a revista «Tintin» começou a editar esta aventura, mas o seu fim impediu que fosse completamente editada. As primeiras pranchas surgiram no número 12 (15º ano), de 31 de Julho de 1982, sem merecerem qualquer chamada de capa. A aventura interrompe a sua publicação com a da própria revista alguns meses mais tarde, naquele que foi o seu último número, com data de 2 de Outubro.
Mais tarde, numa parceria entre o jornal Público e a editora ASA, sai uma segunda edição em 20 de Fevereiro de 2004. A terceira é exclusiva da ASA e num formato mais pequeno que o das duas anteriores, em Junho de 2010. Fica-se à espera que a mesma ASA, hoje a editora da obra de Hergé em Portugal, edite este único álbum a cores.
Recorde-se que esta primeira aventura de Tintim foi iniciada em 10 de Janeiro de 1929 no «Le Petit Vingtiéme».
Mário Casa Nova Martins
https://www.amazon.fr/Tintin-Pays-Soviets-Couleur-Luxe/dp/2203136812/ref=sr_1_2?ie=UTF8&qid=1485447694&sr=8-2&keywords=tintin+au+pays+des+soviets
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quinta-feira, janeiro 26, 2017

Portalegre - Autárquicas 2017 - V

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Autárquicas 2017 – Portalegre – V
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PSD crime e castigo
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Em Portalegre há muito que existe o receio, quiçá, medo, de se dizer a verdade quanto a factos políticos. Não há coragem de publicamente se afirmar, por parte da classe política local e dos comentadores políticos afectos aos partidos representados, que a dívida colossal para a dimensão sócio-económica e fiscal do concelho de Portalegre foi toda feita pela governação de uma década do PSD à frente da autarquia.
Há um rosto que é responsável pela dívida, que a fez e mais ainda a teria aumentado se não tivesse saído a meio do terceiro mandato. Mas, diga-se em abono da verdade, com a total concordância da estrutura concelhia do PSD. Para o PSD o que interessava era estar na CMP, e ter os seus militantes a ocuparem lugares de nomeação política, uns, e outros a entrarem para a função pública. Portalegre e o seu concelho pouco ou nada lhes interessava.
Agora o PSD está a ter a ‘recompensa’ pela década ruinosa pela qual é responsável.
Há quatro anos sofreu a pior derrota da sua história no concelho de Portalegre. E prepara-se para no próximo acto eleitoral autárquico voltar a ser eleitoralmente humilhado.
O PSD ainda não apresentou publicamente o seu candidato. Diversos nomes têm surgido, mas seja quem for, por muito boas credenciais que apresente, o eleitorado não lhe dará o seu voto.
E a situação do PSD agravou-se com o ‘regresso’ de gente que nos últimos quatro anos esteve na equipa da actual presidente, e que julgando que aquela recandidatura era perdedora, vieram novamente ‘bater à porta’ do PSD de Portalegre, disponibilizando-se para manterem os lugares políticos que obtiveram com a vitória do CLIP. E antes tinham esses mesmos lugares políticos pelo PSD. Confuso?
Contudo, se o PSD julga que vai ganhar votos com os ‘transfugas’, está muito enganado. Se já não eram mais-valia política para o próprio partido, que o PSD perceba que muito menos o são em termos eleitorais. Que não pense que o eleitorado é estupido a ponto de não ver que apenas interesses pessoais movem estas hipotéticas candidaturas.
O PSD não vai ter o denominado e malfadado “voto útil”, que é útil para quem o recebe e torna-se inútil para quem o dá. Também não vai poder contar com a ‘muleta’ do CDS, que tão útil para ele tem sido, e tão mau é para o CDS que perde eleitorado que depois não consegue recuperar e entra em cíclicas crises de crescimento e sobretudo de afirmação política.
Nestes últimos quatro anos o PSD não foi capaz de olhar para dentro de si próprio, de como que fazer uma catarse, para renascer com força e vigor, credibilidade para enfrentar o futuro. Assim, o futuro no PSD não vai começar no próximo acto eleitoral autárquico. O PSD tem o seu futuro adiado. Até quando? Só ele, PSD, o poderá dizer, ou querer.
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terça-feira, janeiro 24, 2017

Portalegre - Autárquicas 2017 - IV

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Autárquicas 2017 – Portalegre – IV
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BE charme e não-simpatia
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O Bloco de Esquerda apareceu há quatro anos no concelho de Portalegre com uma candidatura autárquica. Foi um estrondoso fracasso. Em crescimento por todo o lado, teve em contraciclo um resultado péssimo, dada a escolha, terrível, do candidato.
Agora está ainda na fase da escolha do candidato e na feitura das listas, algo que não se está a afigurar fácil. E porquê?
Dir-se-á que há ‘dois’ BE no concelho de Portalegre. ‘Um’, largamente minoritário, tem gente simples do povo, proletarizada, que embora sem cultura política, é crente nas ideias do BE, ideias que estão em oposição ao ‘outro’ BE, burguês, pretensioso, instalado no sistema, há anos classe média, hoje classe média baixa. E os ‘dois’ não coabitam.
A força eleitoral do BE no concelho de Portalegre advém, como seria normal dada a sua postura de partido radical de protesto, de uma marginal intelectualidade ligada à Escola pública e a Serviços, como quadros técnicos de Saúde, Autárquicos e outros, que num passado recente auferiam excelentes remunerações salariais, e que hoje, graças à bancarrota a que o PS conduziu o país, viram os seus rendimentos diminuírem drasticamente, estando, sentindo-se a caminhar para a proletarização, lugar que não querem ‘partilhar’ com o tal ‘outro’ BE.
A pretensa “superioridade moral” desta esquerda radical portalegrense, a pretendida Cultura que não tem, a inexistência de real poder económico, endividada à banca, exaspera-a e faz com que se sinta ressabiada, frustrada com a actual situação em que está, a qual é fruto da “via para o Socialismo” que tem sido está Terceira República.
O Bloco de Esquerda será sempre um partido de protesto que, se alguma vez chegar à governação tornar-se-á numa à portuguesa «Coligação da Esquerda Radical», o grego Syrisa, domesticado pelo próprio sistema. E os seus militantes e apoiantes, sabem-no. O voto no BE é, como tal um “voto inútil”. Ressalve-se as comas.
No concelho de Portalegre o BE poderá eleger gente sua na junta de freguesia da cidade, e porventura eleger alguém para a Assembleia Municipal. Nada mais, mas altamente positivo face ao resultado de há quatro anos.
Agora, enquanto os ‘ventos soprarem de maré’, essa falsa intelectualidade de Portalegre, esses pequeno-burgueses subsidiodependentes, continuarão a entoar loas a este Socialismo radical que os ‘consome’, cheios de certezas e verdades eternas, daquelas que os cemitérios estão cheios.
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quinta-feira, janeiro 19, 2017

Portalegre - Autárquicas 2017 - III

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Autárquicas 2017 – Portalegre – III
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Crimes Comunistas em Portalegre
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Quem se lembra em Portalegre, cidade e concelho, dos tempos de chumbo que começaram no dia 1 de Maio de 1974 e foram até ao dia 25 de Novembro de 1975?
Estas duas datas balizam o tempo em que o PCP foi ‘rei e senhor’ no distrito de Portalegre.
Quem se recorda das ocupações selvagens de casas e terras, de roubos de bens de particulares, das ameaças e agressões, das bombas, que nesse período de mais de um ano aconteceram por todo o distrito de Portalegre, ao qual pertence o concelho de Portalegre?
Quando o PCP queria ‘mostrar a sua força’ trazia para a capital do distrito, Portalegre, centenas de indivíduos pertencentes a lugares onde dominava pelo medo, como, entre outros, Avis, Benavila, Couço. E em Portalegre tinha os seus ‘homens de assalto’, que àqueles se juntavam.
Chegados ao Rossio, era quase sempre ao então Governo Civil que se dirigiam. No caminho, pelas principais e mais movimentadas ruas da cidade, gritavam os slogans do Comunismo, ameaçando e aterrorizando as pessoas que com eles se cruzavam.
Do regresso do Governo Civil entravam em lugares públicos, cafés e outros estabelecimentos, e começavam a agredir «fascistas», «capitalistas», «latifundiários», como chamavam às Pessoas de Bem que com eles não celebravam aquela ideologia totalitária que é o Comunismo. Quantas vezes o Rossio de Portalegre se tornou num campo de batalha, com o exercício da mais brutal violência por parte dos comunistas, os que vinham de outras terras, junto com os de Portalegre, contra a indefesa Gente de Portalegre. Indefesa porque as autoridades militares e policiais só chegavam quando tudo já tinha terminado, e os arruaceiros comunistas regressado ‘triunfantes’, a suas casas.
O concelho de Portalegre tinha uma agricultura modernizada e de forte rentabilidade. Tudo foi destruído pelos comunistas com a denominada Reforma Agrária, fruto das tais ocupações selvagens de terras, tendo sido pilhadas colheitas, morto gado e vandalizadas as máquinas agrícolas, com total impunidade. No fim desta calamidade, restava a terra inculta e árida.
Portalegre era uma cidade com forte indústria, principalmente nas áreas dos lanifícios e da cortiça. O ódio dos comunistas aos Empregadores, os «patrões», levou a que as principais Famílias de Empregadores do concelho fossem caluniadas, sequestradas e agredidas, levando aquelas indústrias ao fecho. O que restou foi definhando, até que ingloriamente fecharam de vez as suas centenárias portas.
Passadas décadas, permanece como que uma cortina de silêncio, quiçá, ainda por medo, que impede que se fale daqueles tremendos tempos. Muitos dos protagonistas comunistas já faleceram. Os que restam há muito que deixaram a militância activa para os seus descendentes, os quais, embora tendo-se adaptado aos tempos, nunca deixam, quando lhes é favorável ou possível, de exteriorizar os seus ódios à Democracia e de veneraram os seus “heróis” como Lenine, Estaline e Cunhal.
O PCP tem uma certa força eleitoral no concelho de Portalegre. Contudo, muita dessa força advém da forte abstenção que o concelho apresenta em sucessivos actos eleitorais. Sendo o PCP, mais do que um partido político, uma religião, uma seita, a verdade é que os seus féis, militante e simpatizantes, continuadamente doutrinados e catequizados, vão sempre votar, e dada a alta abstenção, consegue com poucos votos eleger gente sua para os diferentes órgãos autárquicos.
E, tal voltará acontecer nas próximas eleições autárquicas, neste outono de 2017.
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quarta-feira, janeiro 18, 2017

Desabafos 2016/2017 - X

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Este ano de 2017 é marcado por dois centenários, o das denominadas Aparições de Fátima e o da Revolução Russa.
Enquanto a Mensagem de Fátima é de Paz, a mensagem dos sovietes foi, e é nos seus seguidores, de morte.
Fátima é um Lugar de Oração, os sovietes, o comunismo e os comunistas são o terror, o ódio, a guerra.
Na Mensagem de Fátima fala-se na Conversão da Rússia através da Consagração daquele País e daquele Povo ao Sagrado Coração de Maria, a qual foi feita, tendo pouco tempo depois acontecido o fim do comunismo na Europa.
Contudo, não deixa de ser triste que as Celebrações do Centenário de Fátima sejam presididas em 13 de Maio próximo por um jesuíta marxista, entretanto tornado Papa.
Ainda hoje o comunismo é uma arma de destruição, terror e morte, seja em Cuba ou na Coreia do Norte, seja com as guerrilhas marxistas que pululam no mundo.
O Evangelho continua a ser uma Mensagem de Paz na Terra e no Coração dos Homens de Boa Vontade.
A verdade do comunismo é a fome, a miséria, os Goulag, onde a vida de milhões de pessoas foi sacrificada no pagão altar do marxismo, do leninismo, do trotskismo, do estalinismo.
A Verdade do Evangelho é a Vida de Cristo. E que Ela esteja e seja exemplo em nós, Cristãos.
Mário Casa Nova Martins
Rádio Portalegre, 16 de Janeiro de 2017
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segunda-feira, janeiro 16, 2017

Portalegre - Autárquicas 2017 - II

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Autárquicas – Portalegre – 2017 – II
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PS e o ‘Estrangeiro’
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“Audaces Fortuna Juvat”. A sorte protege os audazes. Mas será mesmo audácia a escolha de um ‘estrangeiro’ pelo PS de Portalegre para seu candidato às eleições autárquicas do próximo outono?
A vinda de um ‘estrangeiro’ como candidato socialista não é o assumir pelo PS de que não há ninguém no concelho de Portalegre capaz para liderar de forma ganhadora aquela candidatura?
É um facto que dos concelhos do distrito de Portalegre, o concelho do Crato é dos mais pobres, se não mesmo o mais pobre em infraestruturas e afins?
Nele digladiam-se e alternam à frente do Município duas forças, o PS e o PCP. E ele, o concelho do Crato, é mais uma prova da incapacidade da Esquerda, o PS, e da Esquerda radical, o PCP, em fazer obra autárquica, preocupando-se mais com as suas clientelas, por forma a conquistarem ou manterem o poder.
E foi ao concelho do Crato que as estruturas concelhias de Portalegre do PS foram encomendar o seu candidato, o actual presidente socialista.
No Crato não se passa nada, e há anos que assim é. Durante alguns dias tem um festival musical, e por aqui se fica este concelho com diferentes áreas em que poderia desenvolver-se, atrair investimento e criar emprego. Mas nada se passa no Crato!
Todavia, esta candidatura pode vir a ser uma candidatura vencedora. O candidato, que já anda em campanha no concelho de Portalegre, tem características de demagogo. E sabendo-se, ou vá-se lá saber porquê!, que o PS tem forte implantação no concelho de Portalegre, pode ganhar a corrida eleitoral. Para não se falar do «pão e circo» que jorrará, apelando ao que de mais irracional tem o povo.
Portalegre há muito que perdeu as suas Elites. Quem podia estar na Política para servir a Comunidade não aceita, ao saber que nela hoje e dela hoje faz parte um conjunto de gente que apenas a usa em proveito próprio.
Assim, o PS tem caminho desbravado para ganhar as eleições autárquicas no concelho de Portalegre. Com o dito ‘estrangeiro’!
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quinta-feira, janeiro 12, 2017

Portalegre - Autárquicas 2017 - I

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Autárquicas 2017 – Portalegre – I
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Adelaide traída pelos seus
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O inesperado da vitória só foi suplantado pela maioria absoluta alcançada.
Mas em breve o ‘albergue espanhol’ que eram as listas, principalmente a da Assembleia Municipal, começou a confundir o interesse concelhio com os interesses pessoais, e entre insultos e dissidências, principiou a desmoronar-se.
O que se previa um quadriénio de trabalho e paz política, transformou-se em prazo breve numa guerra em que o pessoal era lei, em detrimento da governação, que os munícipes esperavam e desejavam
Que se diga que houve elevação na dissidência em uns, e boçalidade noutros. E quem perdeu em toda esta situação foi o Concelho de Portalegre.
Uma autarquia com uma dívida colossal para a sua dimensão, fez com que o dia-a-dia fosse um sufoco económico, onde a principal prioridade era a diminuição dessa dívida, sempre sob o espectro de se chegar ao extremo da incapacidade de cumprimento quer salariais, quer a fornecedores.
Mesmo assim, a par da diminuição da famigerada dívida, foi possível o cumprimento do programa eleitoral nas áreas mais necessitadas. Contudo, é compreensível que muitíssimo ficasse por fazer.
Com o aproximar do novo acto eleitoral, a recandidatura é um facto, se bem que agora os dados, as circunstâncias são outras, muito diferentes do que eram há quatro anos.
Há abandono de gente que era mais-valia, tal como há “ratos a abandonar o barco”, se bem que estes são conhecidos habituais em circunstâncias idênticas.
É preciso encontrar novos e sólidos apoios, reconstruir as listas aos órgãos autárquicos com gente que queira servir e não servir-se, e que seja credível e séria. Há que começar de novo, com novo programa eleitoral, novos objectivos consubstanciados numa equipa que seja fiel ao mandado para o qual é eleita.
Há tanto a fazer por Portalegre e em Portalegre!
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quarta-feira, janeiro 11, 2017

Mário Alberto Nobre Lopes Soares

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As três mortes de Mário Soares
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Quando os EUA “abandonaram à sua sorte” Portugal após o golpe de estado corporativo de 25 de Abril de 1974, foi a Europa da Democracia Cristã e da Social Democracia quem ajudou o país a lutar contra a tentativa de implantação de uma ditadura comunista.
Essa tentativa comunista, que juntava o PCP aos seus satélites como o MDP-CEE, MES, TUV SUV, e outros extremistas dentro das Forças Armadas, começou logo a 1 de Maio de 1974, e prolongou-se até 25 de Novembro de 1975.
Nesse espaço de tempo deu-se a entrega dos Estados Portugueses de África aos movimentos guerrilheiros marxistas, sem consulta às populações, começou uma sangrenta guerra civil em Timor, e aconteceu a oferta de Macau à China. Também nesse tempo o terror comunista era uma constante na vida dos portugueses, que viram a economia ser destruída pela ideologia marxista, chegando a fome e a miséria, as ‘aliadas’ preferenciais do Socialismo.
Em toda esta fase de luta contra o comunismo, quer na sociedade civil, quer dentro da estrutura militar, houve heróis e oportunistas, como sempre e em todo o lado.
Parte da hierarquia da Igreja Católica teve um papel determinante naquela luta, tal como toda uma Maioria Silenciosa, que quando foi preciso “disse presente!”.
Da parte dos militares, uma minoria, civilizada e disciplinada, resistiu sempre. Dentro das Forças Armadas houve enormes saneamentos, que debilitaram a Resistência, sem nunca a quebrarem.
A Direita viu-se decapitada em 28 de Setembro de 1974 e em 11 de Março de 1975, pelo que ficou “a Direita possível”, representada pelo CDS.
A História fala de muitos protagonistas do lado dos comunistas vencidos, e outros tantos do lado da Liberdade e da Democracia.
Mas o tempo apagou o nome de muitos desses protagonistas, para se centrar em dois, Álvaro Cunhal, o vencido, Mário Soares, o vencedor. E desde então, é assim que se quer que a História seja.
Mário Soares percorre a Terceira República, deixando nela a sua marca pessoal nessa luta contra o comunismo, ele que foi comunista e filiado no PCP. Mas dentro do PS, foi Francisco Salgado Zenha o estratega e o principal lutador contra os comunistas.
A Mário Soares se atribui o principal papel na denominada Descolonização. Mas foi o PCP e Ernesto Melo Antunes quem delinearam a estratégia da entrega aos guerrilheiros marxistas dos Estados portugueses.
A entrada de Portugal na então CEE é atribuída a Mário Soares. Mas tal entrada começou ainda na década de sessenta em pleno Estado Novo, e essa entrada era uma inevitabilidade.
Como primeiro-ministro, Mário Soares conduziu o país à bancarrota, não conseguindo sair dela sem apoio externo.
Na função de presidente da República fez milhões de quilómetros em viagens por tudo o que era sítio no mundo, delapidando o erário público, porque essas viagens, ditas presidenciais, nada de relevante trouxeram para o país e para os portugueses. E o mesmo fez em Portugal, calcorreando todos os lugares e lugarejos.
A ‘primeira morte’ de Mário Soares foi em 22 de Fevereiro de 2006, quando obtém apenas 14% dos votos expressos na campanha presidencial a que concorre. Os portugueses elegem o seu arqui-inimigo logo à primeira volta, mostrando que o seu tempo, o tempo de Mário Soares enquanto político acabara.
Daí até à sua ‘segunda morte’, em 7 de Janeiro de 2017, fez um percurso de aproximação ao radicalismo esquerdista, aliás, onde começou, como membro do PCP.
A ‘terceira morte’ de Mário Soares aconteceu três dias depois da sua morte física. Se o velório em Belém tivera pouca gente, o cortejo fúnebre pôs à evidencia que Mário Soares há muito ‘morrera’. Foi confrangedor ver tão pouca gente nas ruas que o féretro percorreu. Nem as excursões promovidas pelo PS conseguiram esconder esta evidência.

terça-feira, janeiro 03, 2017

Desabafos 2016/2017 - IX

Começou um novo ano. Tudo concorre para que se pense que o futuro será melhor que o presente, e ainda melhor que o com o passado. Mas quem estiver atento à realidade que o cerca, sabe que este 2017 será um ano de muitas decisões no campo político-eleitoral, que vão de sobremaneira afectar Portugal e os portugueses.
As eleições em França e na Alemanha vão influenciar o futuro próximo da UE, e seja qual for o resultado, ganhe quem ganhar, o Portugal ultraperiférico desta Europa cada vez mais desunida, ficará ainda mais marginal quanto a decisões da eurocrática Europa. E Portugal depende em tudo da Europa!
As eleições autárquicas do próximo outono em Portugal, nada trarão de novo ao país, a não ser um maior endividamento das autarquias, fundamentalmente por má gestão autárquica.
Por incrível que possa parecer, o dito Poder Local é cada vez mais associado a caciquismo. A actual classe política local há muito que cultiva a Lei de Gresham, segundo a qual «a má moeda expulsa a moeda boa».
Assim, em quem confiar o voto? Em quem votar as próximas eleições autárquicas?
A ‘profissionalização’ da política por parte dos principais partidos políticos, a criação de ‘famílias’ dentro dos partidos políticos, veio criar uma teia de interesses corporativos, que são um mal para a Democracia.
O «pão e circo» que os candidatos oferecem às gentes, são ‘passaporte’ para a vitória. E quem mais ‘oferecer’ é que ganha. A ideologia, a seriedade, a honestidade, a competência, são ‘coisas do passado’. Hoje o que importa é a demagogia, a mentira, a má formação moral e cívica.
Mário Casa Nova Martins
Rádio Portalegre, 2 de Janeiro de 2017