\ A VOZ PORTALEGRENSE: setembro 2015

quarta-feira, setembro 30, 2015

Amigos improváveis

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Fidel Castro foi excomungado pelo papa João XXIII, depois de se declarar marxista-leninista e anunciar que iria conduzir Cuba ao comunismo no discurso histórico de 2 de dezembro de 1961.
A decisão papal foi anunciada a 3 de janeiro de 1962.
O ditador Fidel Castro mostrou ao longo da terrível ditadura cubana a sua hostilidade para com a religião católica. Expulsou padres, perseguiu católicos, fechou escolas religiosas. Mas que importância, aqueles e mais outros actos de igual jaez tiveram para os papas João Paulo II, Bento XVI e o actual, o papa-jesuíta Francisco I?
Dir-se-á sem qualquer dúvida, nenhuma! Mesmo nenhuma!
O regime ditatorial cubano há muito que está ‘santificado’ por aqueles três papas, o que não deixa de ser contraditório com a doutrina da igreja. Ou, quiçá, talvez não. Insondáveis, são, sempre foram os subterrâneos da Cidade Eterna, tal como a sua real-política para com os Estados.
O Vaticano é hoje em dia um Estado no qual o poder temporal subjugou o poder espiritual. Os negócios da banca do Vaticano há muito que são notícia pelas piores razões. E o mesmo acontece com os costumes.
Ao apertar a mão de Fidel Castro, o argentino Bergoglio tornado papa, ficou com a sua mão também cheias de sangue das vítimas do Castrismo.
A igreja católica vive o Tempos do Fim. A Europa acolhe o Cavalo de Troia que a irá submeter à nova Religião. Católica que foi é agora Pagã e Agnóstica, mas o futuro próximo terá outra Matriz. Covadonga (722), Poitiers (732), Navas de Tolosa, (1212), Salado (1340), ou a Capitulação de Granada (1491) serão rescritas.
Novos hábitos, os dos vencedores serão impostos. A decadente Europa dará lugar a uma nova Europa na qual o Corão será a lei civil e religiosa.
Que assim seja!

Mário Casa Nova Martins

quinta-feira, setembro 17, 2015

O futuro em tempos difíceis

O futuro em tempos difíceis

No caso de uma vitória socialista em Portugal, a Europa terá uma nova Grécia à beira da saída do Euro.
O programa eleitoral do Partido Socialista resume-se a aumentos de despesa e diminuições de receita
Portugal é hoje um país mais endividado, mais envelhecido, e menos qualificado dentro do quadro da Europa ocidental.
Quanto ao facto de ser menos qualificado, refira-se ao falhanço das políticas de educação seguidas desde a denominada «Reforma Veiga Simão».
A economia portuguesa foi a que menos cresceu na Europa do século XXI, como atestam os dados estatísticos.
Perante estes factos, no documento do Fundo Monetário Internacional de avaliação dos trabalhos da missão técnica a Portugal realizada no passado mês de março, e divulgada em maio, o FMI defende que deve ser dada prioridade a uma maior redução do número de funcionários [públicos], através de uma maior saída natural de trabalhadores [pela não renovação de contratos] e de cortes direcionados para áreas com pessoal a mais [significativo o excesso de funcionários nas autarquias].
O FMI defende ainda que a atribuição de um crédito fiscal para famílias com baixos rendimentos é mais eficaz na redução da pobreza do que o aumento do salário mínimo, que, considera poder prejudicar a criação de emprego.
Também o relatório aconselha a mais cortes na educação, um sector em que o sucesso escolar é uma falácia e onde a indisciplina grassa na escola pública, com crescente achincalhamento da classe docente, que é “carne para canhão” de sindicatos políticos.
Por fim, o FMI afirma que as reformas estruturais implementadas pelo governo ainda não produziram os efeitos desejados, por não terem sido concluídas.
Em tempo de eleições, tudo se promete, mas seja o governo que se vier a formar após as eleições legislativas do próximo outono, a denominada austeridade será ainda maior do que tem sido. O que ainda resta da classe média irá desaparecer.

Mário Casa Nova Martins

quarta-feira, setembro 02, 2015

Crónica de Nenhures

Coincidências

Num tempo cinzento de pré-eleições legislativas, seria, quiçá, interessante voltar um pouco atrás no tempo e recordar factos que parecem já esquecidos.
No mesmo dia, sábado 27 de junho de 2015, em que a Grécia sabe que o seu futuro é tão incerto como certo é que o pior dos cenários é real, o circunspecto semanário Expresso trazia na primeira página do primeiro caderno a notícia segundo a qual «Devolução da sobretaxa de IRS pode ser integral», acrescentando em caixa que «Se perfil de cobrança de IVA e IRS se mantiver, contribuintes podem receber totalidade da sobretaxa em 2016», e remete o desenvolvimento para a página 6 do caderno de economia.
Que se diga que se está em período pré-eleitoral. Também que se diga que o Expresso não é, propriamente, afecto ao actual governo, pelo contrário. Por fim, que se diga que nem em privado, nem em público, nos dissemos apoiantes, sequer simpatizantes deste governo que de direita pouco ou nada se diz, e muito menos pratica.
A denominada máquina fiscal funciona, como se prova pelos valores de impostos que cobra. Numa sociedade é importante que assim seja. Todavia, a sua distribuição ou redistribuição é que merece grandes reparos e sobretudo dúvidas quanto à eficiência da sua aplicação.
Na Grécia não há propriamente estado. A sua fiscalidade é uma inexistência. A sua economia gera uma outra paralela que delapida a própria economia. Um estado que não consegue cobrar os seus impostos é um estado que não consegue recursos para que as suas instituições funcionem.
Como diz Alain de Benoist, o populismo é um atributo da extrema-esquerda, e prova-se que é verdade com o caso grego. O povo sempre segue os populistas, mas um dia leva-os do Capitólio à Rocha Tarpeia!
Nesta Terceira República, Portugal entrou em bancarrota por três vezes, em 1977, 1983 e 2011. Hoje está a recuperar desta última. Todavia, os sinais são uma ténue esperança, porque quem pensar que o futuro será risonho, que se desengane.
Mário Casa Nova Martins