\ A VOZ PORTALEGRENSE: novembro 2009

segunda-feira, novembro 30, 2009

Palestina - Randa Nabulsi

A delegada-geral da Palestina em Portugal diz que a política do Quarteto, de dois pesos e duas medidas, desilude a população palestiniana e reforça o extremismo

Os parceiros da paz: a mentira dos parceiros ou a mentira da paz?

Randa Nabulsi

O processo de paz baseado na troca de terra por paz chegou a um impasse. Israel quer a paz e a terra ao mesmo tempo, continuando a confiscar terras e a construir colonatos em violação do direito internacional que condena e criminaliza a aquisição de terrenos pela força. Cito apenas dois exemplos: o artigo 47° da Convenção de Haia de 1907 diz que “a pilhagem é formalmente proibida”; e o artigo 49º da Quarta Convenção de Genebra de 1949 refere: “A potência ocupante não poderá proceder à deportação ou à transferência de uma parte da sua própria população civil para o território por ela ocupado”. O direito internacional condenou também a construção de colonatos através de resoluções vinculativas do Conselho de Segurança (nº 446, 465 e 462) e dezenas de outras de carácter não-vinculativo da Assembleia Geral.
Pôr fim à colonização, incluindo o crescimento natural dos colonatos, foi uma condição do Acordo de Oslo, assim como o primeiro artigo do Roteiro para a Paz, cujas obrigações a parte palestiniana cumpriu, como testemunha o Quarteto, enquanto Israel continua a não respeitar todos os seus termos. O negociador palestiniano encontra-se, 17 anos depois, perante uma fúria israelita sem precedentes, apressada em colocar factos no terreno, acompanhada por um feroz ataque contra os hierosolimitanos, desde a sua deslocação, demolição de casas e a retenção de documentos de identidade, além da construção do muro de separação. Por tudo isto, a liderança palestiniana declarou a impossibilidade de continuar este absurdo, a menos que Israel cesse completamente a construção ilegal de colonatos, incluindo em Jerusalém Oriental, e aceite a solução de dois Estados.
Os 440 colonatos ilegais construídos em terras confiscadas aos proprietários originais e a colocação de estrangeiros, pela força das armas, para partilharem, com o povo originário, as suas terras e recursos hídricos, sufocando-o e impedindo a realização do seu projecto nacional, é uma horrível ocupação colonial. Uma Autoridade Palestiniana que respeita a luta do seu povo não pode aceitar esta situação: o seu papel é lutar contra a ocupação e não a coabitação ou a pacificação com a colonização.
A partilha da Palestina, a 29 de Novembro de 1947, não cumprida até hoje, atribuiu a Israel 52% da Palestina histórica, mas Israel foi declarado, pela força das armas, em 1948, sobre 78% da Palestina histórica. Recusamos que a história se repita, pois se a construção dos colonatos e do muro continuarem só restarão para os palestinianos 12% da Palestina histórica e 22% da Cisjordânia em forma de guetos semelhantes aos que existiam na África do Sul durante o apartheid.
Será que Israel não entendeu que o povo palestiniano é uma realidade genuína – e não um intruso –, com direitos enraizados nesta terra, tal como entendemos que Israel é uma realidade com que temos de coabitar? Recorrer à proposta do Conselho de Segurança – o suposto aliado dos fracos e válvula de segurança – para o reconhecimento do Estado Palestiniano com as fronteiras de 4 de Junho de 1967 são a prova real dos valores da justiça, da legitimidade e do direito internacionais. O povo palestiniano está cansado de ver a sua causa perder credibilidade e está saturado de anestesias injectadas através de conferências, convenções e compromissos que o Quarteto o obriga a cumprir mas ficando impotente perante o desrespeito de Israel, país colonialista acima da lei. A política de dois pesos e duas medidas desilude os palestinianos, faz com que os cavaleiros da paz percam credibilidade perante o seu povo e reforça o extremismo, uma desculpa israelita para não cumprir compromissos de paz.
in, 36 PRIMEIRO CADERNO – Expresso, 28 de Novembro de 2009

domingo, novembro 29, 2009

Luís Filipe Meira

Porque hoje é Domingo...
Posto de Escuta
(…) Raramente me recordo dos sonhos. Mas parece-me que algumas canções são como sonhos na medida em que adormecemos quando elas principiam e acordamos quando terminam. Conduzem-te a qualquer lado. São uma forma de hipnotismo, as melhores (…)
Tom Waits
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Em escuta na Rádio dos Sonhos, 10 canções para ouvir, sonhar com as melhores ou mastigar e deitar fora as piores. É uma questão de gosto, mas…, atenção!, porque há bom e mau gosto…
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1 - Tom Waits – Get Behind the Mule
Glitter and Doom Live / 2009
2 - Orch. National de Jazz – Shipbuilding
Around Robert Wyatt / 2009
3 - Fat Freddys Drop – Boondigga
Dr. Boondigga & the Big BW / 2009
4 - Cacique 97 – Come from Nigéria
Cacique 97 / 2009
5 - Mayer Hawthorne – Your Easy Lovin…
A Strange Arrangement / 2009
6 - Danger Mouse & Sparklehorse – Revenge
Dark Night of the Soul / 2009
7 - Radiohead – These Are my Twisted Words
8 - The National – Ashamed the Story I Told
Ciao My Shining Star / 2009
9 - Thom York – All for the Best
Ciao My Shining Star / 2009
10 - Mark Mulcahy – Ciao my Shining Star
Ciao My Shining Star / 2009
Luís Filipe Meira

sexta-feira, novembro 27, 2009

Luís Filipe Meira

Prazeres
Tom Waits – Glitter and Doom Live
CD Duplo 2009 – Amazon.co.uk £8.98
VINYL Duplo LP – Amazon.co.uk £23.49

Orch. National de Jazz – Around Robert Wyatt
CD Duplo 2009 – Amazon.co.uk £9.98

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Longe vão os tempos em que tive o primeiro contacto com dois dos autores mais extraordinários da história da música popular, e que ainda hoje têm lugar cativo no quadro de honra da minha razoável colecção de discos. Refiro-me a Tom Waits e a Robert Wyatt, dois músicos da mesma geração – Waits nasceu em 49 e Wyatt em 45 – mas com percursos e concepções musicais totalmente diferentes.
Wyatt formou os Soft Machine com Kevin Ayers, Daevid Allen e Mike Ratledge em 67, banda psicadélica que gravaria três álbuns de rock psicadélico, abandonando o grupo em ruptura com os outros músicos em 70. Partiu então para uma carreira que, quer a solo, quer com os Matching Mole ou em inúmeras colaborações que vão de Brian Eno a Bjork passando por David Guilmour ou Anja Garbarek entre muitos outros, se tem vindo a desenvolver até hoje assente em critérios experimentais e marginais.
Oferecendo-nos no entanto algumas verdadeiras pérolas discográficas das quais vale sempre a pena destacar Rock Bottom (1974), Ruth is Stranger than Richard (1975), Old Rottenhat (1985), Comicopera (2007) ou a 5 cd box set ( 1999) que reúne alguns Ep's absolutamente espantosos, e atrás da qual desesperei quatro ou cinco anos, conseguindo-a finalmente já este ano numa reedição americana.
Ora tudo isto vem a propósito de Around Robert Wyatt, um magnífico disco, em que o contrabaixista francês Daniel Yvinec à frente da Orchestre National de Jazz se abalança a fazer uma leitura pessoal da obra de Wyatt, mantendo sempre presente o espírito e a própria presença física do autor, que participa em quatro temas. Entre os convidados, destaque ainda para a notável cantora Rokia Traoré, Camille e Yael Naim.
Around Robert Wyatt não é um disco surpreendente, principalmente para quem já conhece a obra de Wyatt, mas a entrega é tal, que cativa até os mais desavisados. Basta gostar de música.
O primeiro disco de Tom Waits data de 73 e chama-se Closing Time. No entanto, o meu primeiro contacto com esta fascinante personagem foi por volta de 80 / 81, tinha acabado de sair Heartattack & Vine, o 6.º disco de Waits.
Recordo-me que entrei numa loja de electrodomésticos em Almada à procura do disco. O empregado procurou-o, e disse-me que tinha pena mas o exemplar que restava estava riscado e só depois do Natal haveria reposição de stock. Claro que mesmo com defeito trouxe o disco para casa, e ainda o guardo.
Pois este verdadeiro homem dos sete instrumentos está de volta com um cd duplo, que reúne num primeiro disco alguns momentos absolutamente inesquecíveis, recolhidos no tour Glitter & Doom Live, e que levou Waits a 10 cidades europeias e americanas.
O segundo cd oferece-nos Tom Waits em registo Stand up Comedy, mas aqui reconheço que o meu inglês é curto demais para aferir a qualidade da performance. Ainda assim, pelo entusiasmo do público, a coisa deve ser fascinante. Mas para os interessados, basta ir ao site de Tom Waits (http://www.TomWaits.Com/ ), onde poderá encontrar a transcrição completa de Tom Tales, o cd bónus, que acompanha esta nova loucura de um homem que um dia disse:
(…) Vivo para a aventura e para ouvir as lamentações das mulheres. Subscrevo a minha mitologia pessoal. Prefiro criar o meu próprio país e viver nele. (…)
Glitter & Doom Live é mais um memorável contributo para a história da música popular universal.
Luís Filipe Meira

Manuel Isaac Correia

Morreu Jorge Ferreira, cidadão emérito
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O Jorge era e é uma personalidade que aparentemente nada tinha a ver com Portalegre e com o Alto Alentejo.
Aparentemente! Mas o Jorge não era – nunca foi – um homem de aparências. Conhecia relativamente bem Portalegre e o Alto Alentejo. Sabia de cor o nome e cara de muita gente do seu-nosso CDS de outros tempos. E nunca tinha palavra dócil.
Tinha amigos por cá, como o João Valério, o Francisco Sampaio Soares, a Maria João Adegas, o José Manuel Paixão, e outros. Colegas de caminhada política ou da Católica. Ou as duas coisas.
Dizia sempre o que lhe ia na alma, tivesse ou não razão. Lembro-me de uma briga séria que tive com ele na sua sala do Caldas, que só acabou (empatada) quando começou um jogo do Benfica que dava em directo na tv. Ele era doido, excessivamente doido pelo Benfica (tal como o seu inseparável Manuel Monteiro) e eu detesto futebol.
Mas foram muitas mais as vezes em que estivemos de acordo do que aquelas, raras, em que discordámos. Dessa vez o desacordo era sobre a existência ou não de sedes partidárias pelo País.
Perdi quase o contacto com o Jorge, apesar de ele estar a dar aulas de Direito da Comunicação Social na EscolaSuperior de Tecnologia de Abrantes, do Instituto Politécnico de Tomar, onde ele e Manuel Monteiro há muitos anosaportaram a convite de um grupo de docentes onde avulta o portalegrense José Manuel Paixão.
O Jorge foi vice-presidente da Juventude Centrista no final de década de 70, vice-presidente de Manuel Monteiro na refundação do CDS nos anos 90, juntamente com Gonçalo Ribeiro da Costa e outros. E líder da bancada parlamentar do CDS-PP de 1996 a 98. E foi co-fundador do PND (Partido da Nova Democracia) pela fidelidade que sempre manteve a Manuel Monteiro.
«Na vida podemos ter amigos. O Jorge Ferreira não era um amigo, mas o amigo», declarou Manuel Monteiro à Lusa. «Se é verdade que há pessoas que se preocupam mais com o ter do que com o ser, Jorge Ferreira não se preocupava sequer em aparentar ser. Ele era autêntico, verdadeiro, leal e combativo. Foi das pessoas mais inteligentes que tive a oportunidade de conhecer em toda a minha vida», acrescentou Manuel Monteiro.
O Jorge, que era ligeiramente coxo, caso com que por vezes se brincava, faleceu aos 48 anos, no sábado, vítima dedoença prolongada. E sepultou-se domingo em Oeiras.
Dos mortos diz-se sempre bem. De Jorge Ferreira, os homens sérios só podem dizer bem.
Conquistado pela blogosfera, é passar por esse mundo e analisar o que dizem as pessoas dos mais diversos quadrantes. Retive esta afirmação: «não se deixava corromper por 10 mil euros, e muito menos por 75 mil.»
Dias antes do desfecho anunciado escreveu sobre o “Face Oculta” e sobre a Câmara de Tomar. E na quinta-feira publicou o último texto que escreveu (sobre os cálculos do Governo para o défice deste ano) e mais 11 post’s no blogue que mantinha desde 2006. Através deste blogue, que actualizava quase diariamente, muitos ficaram a conhecê-lo melhor: gostava dos Queen, de coleccionar postais antigos, e do filme “Era uma vez na América”, de Sérgio Leone.
E na semana passada ainda endereçou uma carta de despedida aos seus alunos de Direito da Comunicação Social em Abrantes, onde há 10 anos dava aulas.
Morreu um político impoluto. Um advogado de fibra. Um tribuno de elite. Um professor querido. Um benfiquista ferrenho.
Morreu um Homem de qualidades raras e um Homem Bom, frontal, generoso e genuíno. Amigo, que a terra te seja leve. •
MIC
in, Alto Alentejo - 25 de Novembro 2009 - p.22

quinta-feira, novembro 26, 2009

Casa do Benfica em Portalegre


Sport Lisboa e Benfica

Eliminação da Taça de Portugal. Que se seguirá?...
Mário

quarta-feira, novembro 25, 2009

Mário Crespo

Os intocáveis
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O processo Face Oculta deu-me, finalmente, resposta à pergunta que fiz ao ministro da Presidência Pedro Silva Pereira - se no sector do Estado que lhe estava confiado havia ambiente para trocas de favores por dinheiro. Pedro Silva Pereira respondeu-me na altura que a minha pergunta era insultuosa.
Agora, o despacho judicial que descreve a rede de corrupção que abrange o mundo da sucata, executivos da alta finança e agentes do Estado, responde-me ao que Silva Pereira fugiu: Que sim. Havia esse ambiente. E diz mais. Diz que continua a haver. A brilhante investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária de Aveiro revela um universo de roubalheira demasiado gritante para ser encoberto por segredos de justiça.
O país tem de saber de tudo porque por cada sucateiro que dá um Mercedes topo de gama a um agente do Estado há 50 famílias desempregadas. É dinheiro público que paga concursos viciados, subornos e sinecuras. Com a lentidão da Justiça e a panóplia de artifícios dilatórios à disposição dos advogados, os silêncios dão aos criminosos tempo. Tempo para que os delitos caiam no esquecimento e a prática de crimes na habituação. Foi para isso que o primeiro-ministro contribuiu quando, questionado sobre a Face Oculta, respondeu: "O Senhor jornalista devia saber que eu não comento processos judiciais em curso (…)". O "Senhor jornalista" provavelmente já sabia, mas se calhar julgava que Sócrates tinha mudado neste mandato. Armando Vara é seu camarada de partido, seu amigo, foi seu colega de governo e seu companheiro de carteira nessa escola de saber que era a Universidade Independente. Licenciaram-se os dois nas ciências lá disponíveis quase na mesma altura. Mas sobretudo, Vara geria (de facto ainda gere) milhões em dinheiros públicos. Por esses, Sócrates tem de responder. Tal como tem de responder pelos valores do património nacional que lhe foram e ainda estão confiados e que à força de milhões de libras esterlinas podem ter sido lesados no Freeport.
Face ao que (felizmente) já se sabe sobre as redes de corrupção em Portugal, um chefe de Governo não se pode refugiar no "no comment" a que a Justiça supostamente o obriga, porque a Justiça não o obriga a nada disso. Pelo contrário. Exige-lhe que fale. Que diga que estas práticas não podem ser toleradas e que dê conta do que está a fazer para lhes pôr um fim. Declarações idênticas de não-comentário têm sido produzidas pelo presidente Cavaco Silva sobre o Freeport, sobre Lopes da Mota, sobre o BPN, sobre a SLN, sobre Dias Loureiro, sobre Oliveira Costa e tudo o mais que tem lançado dúvidas sobre a lisura da nossa vida pública. Estes silêncios que variam entre o ameaçador, o irónico e o cínico, estão a dar ao país uma mensagem clara: os agentes do Estado protegem-se uns aos outros com silêncios cúmplices sempre que um deles é apanhado com as calças na mão (ou sem elas) violando crianças da Casa Pia, roubando carris para vender na sucata, viabilizando centros comerciais em cima de reservas naturais, comprando habilitações para preencher os vazios humanísticos que a aculturação deixou em aberto ou aceitando acções não cotadas de uma qualquer obscuridade empresarial que rendem 147,5% ao ano. Lida cá fora a mensagem traduz-se na simplicidade brutal do mais interiorizado conceito em Portugal: nos grandes ninguém toca.

terça-feira, novembro 24, 2009

Crónica de Nenhures

Hoje em dia, a Direita portuguesa não tem Bandeiras porque não tem Ideais. Acima de tudo porque não tem ideias, a Direita portuguesa vive do passado, um passado bolorento, feito de ideologias derrotadas, de princípios imperiais de um Império que sempre permaneceu envolto num nevoeiro sebastianino. Pretensamente nacionalista, continua fascinada pelos principais teóricos do Iberismo no século XX, e desta incongruência vem um ódio à Europa que só se compreende pela miríade de novos Brasis, quiçá, o Sexto depois do Quinto Império imaginado por António Viera e defendido por António Quadros.
Se a Direita é de facto a grande derrotada da primeira metade do século XX, a Esquerda vem a sê-lo na segunda metade do mesmo século. Hoje a Esquerda vive órfã de Ideologia, porque Karl Marx morreu definitivamente há vinte anos, mas tal não a impede de continuar a ‘produzir’ ídolos, como é o caso do actual presidente dos EUA, o ‘messiânico’ Barack Obama.
A Esquerda europeia, e consequentemente a indígena portuguesa, vê hoje na capitalista República Popular da China o ‘sol’ que outrora ‘iluminava’ a URSS. Entretanto, Lula da Silva é um ‘renegado’, Evo Morales é ‘figura menor’ e Hugo Chávez continua um ‘trauliteiro’ que mistura o Internacionalismo com o Fascismo.
A ocupação do Tibete pela China não é assunto que interesse à Direita, ‘ocupada’ pelo seu reaccionarismo, como também não o é para a Esquerda, que jamais questiona ‘politicas solares que iluminam a Terra’. Este ‘eclipse’ face à bárbara destruição da História, Cultura, Religião, Hábitos e Costumes do Tibete pela comunista China, teve o seu ‘ponto alto’ na recente visita de Barack Obama à China, quando destacou que
os Estados Unidos reconhecem que o Tibete faz parte da República Popular da China.
Para os defensores do Tibete, este ‘reconhecimento’ americano é apenas um ‘compasso de espera’ na luta pela soberania do Povo do Tibete. Para a Direita, que tem mais que se preocupar com o Tibete, o que se passa nos Himalaias nada lhe diz, enquanto a Esquerda permanece ‘muda’ perante esta ocupação de um Estado Soberano, a sua realpolitik assim o ‘ordena’.
Barack Obama é um ‘ídolo com pés de barro’, e agora, na defesa dos interesses americanos face aos chineses, não lutando pelo Tibete, ‘atitou com o barro à parede’!
Mário Casa Nova Martins

segunda-feira, novembro 23, 2009

Hélder Henriques

CONVITE
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Domingos Manuel Bicho Torrão, presidente da Câmara Municipal de Penamacor, convida V. Exª para a Sessão Solene de Encerramento das Comemorações dos 800 Anos, que terá lugar no dia 1 de Dezembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, pelas 15:00 horas, precedida da inauguração da exposição “Vazadas da Memória – Relicárias do Memorial em Homenagem às Terras e às Gentes do Concelho de Penamacor”, do escultor a.sáxeo, e da apresentação do livro “Penamacor - 800 Anos de História”, que integra as comunicações do ciclo de conferências “O Fio da História”, com organização e introdução de Hélder Henriques.
O Presidente da Câmara



Domingos Torrão

Almoço Nacionalista em Portalegre

Almoço Nacionalista em Portalegre
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No próximo dia 8 de Dezembro vai realizar-se um almoço/convívio em Portalegre.

Os interessados podem inscrever-se em:


Telemóveis: 917459245 - 969389258

domingo, novembro 22, 2009

Tradição

A tradição mantém-se, mas já não se pára no mesmo café, onde com os meus Pais parávamos sempre que íamos ou vínhamos de Lisboa.
O edifício do tal café foi há pouco demolido, mas há muito que se encontrava fechado.
Agora, paramos n’ O Silva, que vem referenciado no Roteiro da revista Sábado da passada quinta-feira.
N’O Silva, além das bifanas, também as empadas são excelentes. Por vezes tem umas queijadas de queijo deliciosas. Um lugar que nos desperta sabores.

Mário
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Sionismo

ISRAEL
Escolas ensinam a matar crianças “inimigas”

Rabis das chamadas “Hesder Yeshivas” – escolas ortodoxas que combinam ensino militar e religioso, subsidiadas pelo Estado – ensinam aos alunos-soldados que “há razões para matar bebés gentios (não judeus)”.
A situação foi revelada numa reportagem do “El País” e a razão apontada é “a futura ameaça que representam se forem criados por pais malvados”.
Para estes rabis, cristãos e árabes (gentios) são considerados seres inferiores, frequentemente perigosos e sempre de desconfiar.
Nas 62 escolas existentes os estudantes são também incitados a quebrar a hierarquia militar em nome da religião.
O jornal destaca o contraste que existe na Cisjordânia, onde a Autoridade Palestiniana controla com mão de ferro o ensino religioso e impede o incitamento ao ódio contra judeus.
E relembra que os próprios EUA já elogiaram os esforços do Governo palestiniano, que recebe, com 24 horas de antecedência, os sermões a pregar nas mesquitas à sexta-feira.
in, Expresso, 21 de Novembro de 2009 - PRIMEIRO CADERNO 37
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Judaísmo contra as outras Religiões do Livro
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O jornal espanhol El País e o jornal português Expresso, podem ser acusados de muita coisa, mas jamais de anti-semitas. Muito pelo contrário, sempre têm apoiado Israel e a sua política terrorista contra o Povo Palestiniano.
Então, esta situação em Israel é indiscutivelmente grave, para o português falar da reportagem do espanhol.
Todavia, há muito que se sabe que a minoria Cristã é ultrajada em Israel, e só o medo quer do Vaticano, quer da Cristandade em geral, da acusação de anti-semitismo tem impedido que este Holocausto Cristão em Terras Bíblicas seja denunciado.
Quanto aos Palestinianos, sabe-se que hoje na Faixa de Gaza vive-se pior que no Gueto de Varsóvia na primeira metade dos anos quarenta do século passado. Aqui, a comunidade mundial nada faz contra o Holocausto Palestiniano.
Israel continua impune face às atrocidades que pratica, esquecendo-se, quiçá, que ‘nada é eterno’!
Mário Casa Nova Martins

sábado, novembro 21, 2009

Jorge Ferreira

Desconhecíamos por completo a sua doença. Foi, pois, com estupefacção que lemos há pouco, em rodapé, na RTP1 o seu falecimento.
Em seguida fomos à internet, e nela colhemos os dados
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Durante o período em que estivemos à frente do CDS-PP no distrito de Portalegre, travámos salutar convívio pessoal e político.
Sabíamos que visitava A Voz Portalegrense, tal como nós retribuíamos essa visita a
Tomar Partido. Por uma vez dialogámos na Caixa de Comentários, e depois em off.
Estamos tristes perante tão brutal notícia.
Vamos sentir a sua falta.
Que Descanse em Paz.
Um Abraço, onde estiver.
Mário Casa Nova Martins

Homenagem a Hergé

Homenagem a Hergé

«Astérix entre os Belgas» foi editado em 1979. René Gosciny faleceu durante a sua feitura, e é já Albert Uderzo quem o termina. Nele é feita uma Homenagem a Hergé.
Duas vinhetas representam essa Homenagem. Ambas na página 31, a primeira apenas é uma frase que remete para quem a diz e a repetirá, os irmãos Dupond e Dupont.
Dado que na obra de Astérix o histriónico é presença assídua, compreende-se a ‘escolha’ dos irmãos Dupont e Dupond pelos ‘Pais’ de Astérix & Comp., para homenagearem Georges Remi.
Mário
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sexta-feira, novembro 20, 2009

Luís Filipe Meira

Jogadores portugueses festejam com o Presidente da FPF
o apuramento para o Mundial de 2010 (©FPARAISO)
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CONTRA OS ABUTRES E AS CRÍTICAS
MARCHAR…MARCHAR…

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Portugal conseguiu esta quarta-feira o apuramento para o Mundial de Futebol, que irá ser disputado na África do Sul no próximo verão.
Não foi um apuramento fácil, mas teremos que reconhecer que foi justo se tivermos em consideração diversos factores, dos quais o mais importante terá sido a saída de Luiz Filipe Scolari e a entrada de Carlos Queirós.
São treinadores cujas diferenças não se esgotam no estilo e na maneira de estar. Julgo que será mesmo na concepção e na abordagem ao jogo, que as diferenças são mais profundas. E não vale a pena questionar qual é o melhor, pois Scolari é ‘passado’ e Queirós é o ‘presente’ e o ‘futuro’.
Estamos a oito meses do Mundial, e vamos muito a tempo de realçar o que nos une e esquecermos o que nos separa, até porque não temos uma grande selecção, e os nossos jogadores estão espalhados por essa Europa fora em clubes que vão ter que lutar até ao fim pelo título nos respectivos campeonatos.
Aqui mesmo, em Portugal, adivinha-se um dos mais renhidos campeonatos dos últimos anos, o que pode levar a fissuras no apoio uniforme que a selecção tanto necessita. Fissuras essas que se poderão estender ao seio do próprio grupo. Neste ponto, caberá a Queirós gerir tensões, reunir apoios e pôr a selecção a falar a uma só voz. É imperativo que isso aconteça!
O recente caso Cristiano Ronaldo é o exemplo acabado de como não se deve gerir uma situação altamente sensível. Até o Sr. Agostinho Oliveira achou que tinha que mandar uns bitaites!...
Outro exemplo é o caso do guarda-redes Eduardo que veio clamar contra uns tais ‘abutres’…, esquecendo-se de reconhecer que tinha à sua frente Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Pepe, três dos melhores centrais do mundo.
Queirós diz que só se preocupa com aqueles que o elogiam, e – já cá faltava!... – o Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa utilizou o site oficial do Clube a que preside para lembrar que se não fossem os jogadores do FCP tínhamos empatado os dois jogos com a Bósnia… Um ‘exemplar’ caso de ‘previsões depois do jogo’…
Portanto, e a concluir, julgo que não há tempo a perder, e que Carlos Queirós e o staff de comunicação da Federação Portuguesa de Futebol deverão desde já equacionar a vertente desportiva, mas também procurar o tal click que reacenda a paixão do País pela sua selecção. Convenhamos que o apuramento merecia um festão e não a festinha que aconteceu.
Haja esperança!
Luís Filipe Meira

Leilão de Livros

quarta-feira, novembro 18, 2009

A Construção do Bem Comum

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Legião Vertical

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segunda-feira, novembro 16, 2009

Humberto Nuno de Oliveira

Coleccção Humberto Nuno de Oliveira

sexta-feira, novembro 13, 2009

Cadernetas de Cromos

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Cadernetas de Cromos
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HISTÓRIA DO TRAJO UNIVERSAL
(Agência Portuguesa de Revistas - 1965)
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Ano da 1ª edição - 1965.
Origem - Portugal
Cromos - 360 guaches
Cromos, capas e legendas - José Augusto Pires e Luís Filipe Mota Guedes.
Ilustrações e vinhetas - Amaro Brilhante
Supervisão - José de Oliveira Cosme
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Esta colecção, totalmente portuguesa, não tem a beleza cromática de Trajos Típicos de Todo o Mundo, mas tem uma excelente didáctica sobre o tema.
Mas estas duas Cadernetas, como que se completam.
Mário

Temps d'Images

quinta-feira, novembro 12, 2009

Bloco de Esquerda

Degradação social e salários em atraso no distrito de Portalegre
(Concelhos de Nisa e Crato)‏
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Núcleo do Bloco de Esquerda Nisa
Na sequência dos contactos dos trabalhadores de empresas sedeadas nos concelhos de Nisa e Crato, distrito de Portalegre, nomeadamente da Granisan, Granitos Maceira e Singranova, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda tomou conhecimento de inúmeras situação de salários em atraso, bem como de subsídios de férias e de Natal por pagar.
A deputada Mariana Aiveca, da Comissão Parlamentar de Trabalho, Segurança Social e Administração Pública, questiona o Ministério do Trabalho e da Segurança Social sobre a situação que já há algum tempo se arrasta e que medidas pretende o Governo tomar para estancar a evidente degradação do tecido social e laboral da nossa região.

Assunto: Degradação social e salários em atraso no distrito de Portalegre (Concelhos de Nisa e Crato)
Destinatário: Ministério do Trabalho e da Segurança Social

Palácio de São Bento, 9 de Novembro de 2009.

Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República

O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda foi contactado por trabalhadores de empresas sedeadas nos concelhos de Nisa e Crato no distrito de Portalegre.
Os trabalhadores vieram transmitir-nos de viva voz as situações de que são alvo e, que muito contribuem para o agravar da já grave situação social que se vive naquela região.
Na Granisan, fábrica de transformação de granitos, com sede em Nisa, os salários não são pagos a tempo e horas e muitas vezes são pagos em “prestações bastante suaves”.
A justificação que é dada aos trabalhadores é que tal se deve à conjuntura económica e, à redução das encomendas devido à concorrência.
Nas empresas “Granitos Maceira e Singranova”que laboram em Alpalhão, freguesia e concelho de Nisa empregando muitas trabalhadores de Gáfate (concelho do Crato) onde existe uma grande tradição de trabalhar o granito, ambas pertencentes ao grupo empresarial do Comendador Francisco Ramos, também os salários não estão a ser pagos atempadamente e o pessoal tem vindo a ser reduzido.
Na Granitos Maceira, estão neste momento dois meses de salários em atraso e três meses de subsídio (férias e Natal).
Na Singranova são já 4 meses de salários em atraso agravado pelo facto de a muitos dos trabalhadores (calceteiros pequenos empresários) tal dívida ser muito superior.
Esta situação abrange todos os trabalhadores. Os 40 que laboram na empresa Macieira que funciona como pedreira, os cerca de 40 que laboram na Singranova que funciona como fábrica, mas também os trabalhadores da sede social que está instalada em Pêro Pinheiro.
O problema, dizem-lhes, prender-se-á com dívidas acumuladas ao fisco, IVA e segurança social. Em qualquer destas empresas nenhuma entidade, fisco, ACT tem actuado não obstante os diversos pedidos.
Atendendo ao exposto, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem por este meio dirigir ao Governo, através do Ministério do Trabalho e da Segurança Social, as seguintes perguntas:
1. Tem o Governo conhecimento da situação social e laboral nestas empresas com salários em atraso, salários pagos ás prestações, pressão e chantagem sobre os direitos do trabalho?
2. Que medidas vai tomar para estancar esta degradação do tecido social e laboral com evidentes repercussões nos concelhos de Nisa e do Crato?

A Deputada
Mariana Aiveca

quarta-feira, novembro 11, 2009

Sporting Clube de Portugal

Chama-se Paolo Bienti, é italiano, um completo desconhecido para o mundo do futebol e foi hoje ao final da tarde apresentado como treinador do Sporting.
O novo treinador surpreendeu pelo seu fluente português, mas foi parco em palavras, prometeu trabalho, pediu tranquilidade aos sócios e jogadores, e ainda avisou que não gosta muito de jogadores sérvios nem pensa mudar o losango como esquema de jogo.
Por seu lado José Eduardo Bettencourt realçou a dificuldade em encontrar um substituto à altura, mas acredita que este treinador italiano é o único capaz de preencher o vazio que tem no coração e que foi uma sorte encontrar alguém assim em tão pouco tempo.
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By mail, from Ilustre Sportinguista, FR.
Com o maior fair play.
Abraço.
Mário

Sporting Clube de Portugal


Notícia de última hora!!!

Mais um abandono no Sporting...
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By mail, from Ilustre Sportinguista, FR.
Com o maior fair play.
Abraço.
Mário

Fait-divers

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Dinossauros...

ALMOJANDA - Catálogo Natal 2009‏

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Cabazes de Natal ALMOJANDA
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Com os melhores cumprimentos
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7301-901 Portalegre * PORTUGAL
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terça-feira, novembro 10, 2009

Crónica de Nenhures

in, Alto Alentejo – 4 de Novembro 2009 – Terra a Terra – 19
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A tempo
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Fracasso!!!
De cinco, quatro ‘foram-se’. Ficou o ‘pior’! Politicamente falando, que fique bem claro.
E é mesmo o ‘pior’, porque se fosse ‘bom’ seria o ‘número dois’ e não o ‘terceiro’.
Mas o engraçado, ou a falta de graça, vá lá saber-se!, o que é ‘segundo’ não é melhor que o ‘número três’. Uma vez mais, que fique bem claro, politicamente falando.
Dúvidas? Se as houvesse, ficaram desfeitas com a escolha feita para chefe de gabinete.
E esta escolha, é um escolho! É um ‘espinho’ na garganta de quem afastou o então ‘número dois’. Agora foi buscá-lo… Coisas!

De cavalo p’ra burro…
Passar de ‘segundo’ a ‘funcionário a recibo verde’, é indiscutivelmente uma despromoção!
Mas será mesmo uma despromoção?
Não se acredita que o ‘experiente político’, que hoje goza meritíssima reforma e como tal não depende economicamente da política, aceitasse ser ‘despromovido’… Este ‘negócio’, ‘affaire’, teve ou tem ou terá que ter contrapartidas, políticas, evidentemente!

De orelha a orelha…
O novel chefe de gabinete, Pessoa que prezamos, e Ele sabe, sente-se o ‘delfim’. Como sorri!
É público que é quem mais e melhor conhece os dossiers, quem melhor estava preparado para continuar no lugar político que desempenhava. Publicamente se diz que se ‘aguentar’ o lugar, será sem ‘oposição’ o próximo candidato do partido em que milita à Autarquia, em 2013.
Mas, diga-se desde já, não vai ser um ‘aguento’ fácil! A ‘envidia’ é um mal inultrapassável… E Portalegre é ‘perito’ nela!

Nem tudo o que luz é ouro…
Sabe-se que o primeiro mandato do actual inquilino do Colégio de São Sebastião é ‘obra’ do antecessor. O Programa Polis, que lhe possibilita o segundo mandato, é ‘sangue, suor e lágrimas’ de Amílcar de Jesus Santos.
Com o fim do Polis, nada mais foi feito no concelho, que ‘parou no tempo’.
Falho de ideias, sem projectos, período caracterizado por encerramento de empresas, falências em catadupa e ausência de investimento público e privado, o segundo mandato é já um ‘desastre’. E este terceiro ainda vai ser pior! Se tal for possível…
E o chefe de gabinete não vai poder fugir à ‘colagem’ a um período mau, muito mau para o concelho de Portalegre.

Quem avisa, Amigo é!
Como dizem os versos da canção, [por] Que é já tempo / D'embalar a trouxa / E zarpar. E p'ra bom entendedor!...
Mário Casa Nova Martins

José Campos e Sousa

segunda-feira, novembro 09, 2009

Mário Silva Freire

Mário Freire ‘ao Macroscópio:

Francês para consumo doméstico

Os Ingredientes do Poder

Obras de Mário Freire

Claude Lévi-Strauss

Claude Lévi-Strauss est mort dans la nuit de samedi à dimanche 1er novembre à l’âge de 100 ans. L’anthropologue a changé notre façon d’appréhender le monde.

Hommage
Claude Lévi-Strauss est mort dans la nuit de samedi à dimanche 1er novembre à l’âge de 100 ans, selon un porte-parole de l’Ecole des hautes études en sciences sociales (EHESS).
L’Académie française et son éditeur, Plon, confirment l’information diffusée par LeParisien.fr en début d’après-midi.
Qu’il s’agisse de penser l’homme ou la société, l’anthropologue et ethnologue a changé notre façon d’appréhender le monde. Son influence sur les sciences humaines et la littérature en général en a fait « le penseur du siècle » comme nous l’indiquions dans notre numéro qui lui était consacré en mai 2008 (n° 475), juste avant que ne soit célébré son centenaire.
Une de ses fidèles disciples et amies, la philosophe Catherine Clément, revient pour nous sur son extraordinaire trajectoire.
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Claude Lévi-Strauss, le penseur du siècle
Lorsqu’un tel arbre tombe, on se soucie peu de la broussaille qui pousse. Claude Lévi- Strauss était notre dernier grand penseur. Parce qu’il a révolutionné les sciences sociales mais, plus encore, parce qu’il a su nous offrir un autre regard sur les êtres et sur les choses en purgeant notre sens commun des catégories vieillies, en soulignant, notamment, combien les mécanismes de la raison sont aussi complexes dans la «pensée sauvage» que dans le laboratoire des savants et qu’il n’y a pas un homme cultivé et un homme naturel, un homme civilisé et un homme primitif. Tout simplement, parce qu’on ne voit plus le monde de la même manière avant et après Lévi-Strauss.
Le jeudi 27 juin 1974, Roger Caillois répondit au discours de Claude Lévi-Strauss, nouvel académicien, par une longue phrase malicieuse: «Monsieur, lorsque vous remontiez les fleuves impassibles pour vous interner dans la moiteur de ces tropiques dont vous avez dit la tristesse, vous ne vous attendiez pas, du moins je le présume, à siéger un jour parmi nous en ce costume non moins chargé d’ornements que de peintures et de tatouages les corps des Indiens que vous vous appliquiez à connaître et de qui vous avez eu l’humilité de déclarer recevoir des leçons – l’humilité ou peut-être la secrète satisfaction d’en donner une, par ce biais, à vos auditeurs.»
Jamais une méditation sur le savoir n’avait été servie par une écriture aussi limpide et aussi sensible. La distance qu’il mettait entre l’objet de ses études et lui-même lui fut souvent reprochée. Distant ? Non. Lévi-Strauss était un penseur qui avait l’orgueil modeste, notion que j’emprunte à Antonio Machado.
Que nous dit aussi Lévi-Strauss ? Il nous murmure à l’oreille ceci: si la pensée actuelle nourrit l’impression d’irréalité, si elle est impuissante à nous aider à comprendre les difficultés quand elles surgissent brusquement, c’est parce qu’elle a perdu de vue la différence qui existe entre les remous convulsifs d’une surface houleuse et le courant puissant, jamais interrompu, d’une vie chatoyante qui ne cesse de rouler en profondeur. Toute doctrine séparée de ce que nous faisons, de ce que nous voyons, de ce que nous étudions, menace d’être menteuse. Lévi-Strauss, auquel Le Magazine Littéraire avait consacré son dossier de mai 2008, que nous reprenons en partie dans ce numéro hommage, aimait citer un grand précurseur, le président de Brosses, haï de Voltaire, qui mettait en pratique en permanence cette maxime : « C’est dans l’homme même qu’il faut étudier l’homme : il ne s’agit pas d’imaginer ce qu’il aurait pu ou dû faire, mais de regarder ce qu’il fait. »
Tout homme moderne souffre d’un trop-plein de doctrines. Nous vivons dans un monde qui se gave de systèmes, d’idées, de théories, mais les symptômes de l’indigestion deviennent, de jour en jour, plus nets, plus visibles. Lévi-Strauss à peine disparu, des critiques ont surgi. Quoi ? Il aurait refusé de participer aux vains combats qui ont irrigué notre siècle ? Quelle outrecuidance ! Or c’est justement là que Lévi-Strauss donne toute sa mesure. Dans le refus des assignations à résidence. Sa temporalité était autre. Il n’a pas considéré ses contemporains comme des obstacles à vaincre. Il ne s’est pas agité dans des micro-querelles germanopratines. Il ne s’est pas servi d’autrui comme d’une perche pour sauter plus haut. « Il faut se prêter à autrui et ne se donner qu’à soi-même », nous dit Montaigne. Si grande que soit notre lampe, ne donnons jamais l’huile qui l’alimente mais la flamme qui le couronne.
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Entretien avec Claude Lévi-Strauss
Vidéo. Claude Lévi-Strauss revient dans cet entretien avec Bernard Pivot sur Tristes Tropiques qu’il a publié en 1955. Le livre a, au-delà du récit de voyages, bouleversé la pensée. En 1959, il est élu à la chaire d’anthropologie sociale du Collège de France qu’il occupe jusqu’en 1982. Il crée le laboratoire d’anthropologie sociale et la revue L’Homme. Il sera ensuite un membre de l’Académie française en 1973.
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Amil Neila

MOSH Actividade (dança?) em que os executantes se lançam uns contra os outros e se empurram mutuamente; Não vale magoar; Praticada essencialmente por audiências de concertos Punk ou Metal.