\ A VOZ PORTALEGRENSE: abril 2009

quinta-feira, abril 30, 2009

Queima das Fitas 2009

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Queima das Fitas

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Queima das Fitas

Capa
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Contracapa
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FEUC

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

quarta-feira, abril 29, 2009

Coimbra


Pelas tuas ruas da Alta
Vivemos loucos amores,
Promessas olhando a Lua
Sonhos, quimeras e dores!

Pelas tuas ruas da Baixa
Onde comprámos livros,
Passeámos tão divertidos
Como Grandes Amigos!

Pelas tuas ruas da Baixinha
Em tascas petiscámos,
Sentindo os teus cheiros
Que bem nos deliciámos!

E Mulheres de Vida,
Que em suas Vidas,
Sofridas,
Perdidas,
Se sentavam connosco à mesa,
Naquelas noites vazias,
De incerteza,
Num amor comprado,
Jamais amado,
Fingido.
A nós confidenciavam
Tristeza e amargura,
Porém com doçura,
Numa Rua Direita,
No nome
Mas tão estreita,
Tão sinuosa e comprida,
Quanto sentida,
Por Aquelas Mulheres
Da Vida.
Mário

terça-feira, abril 28, 2009

Crónica de Nenhures

36 PRIMEIRO CADERNO – Expresso, 25 de Abril de 2009
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Manual do Candidato às Europeias
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O editorial do semanário Expresso do passado sábado pode ser visto ou interpretado como um Manual do Candidato às eleições para o Parlamento Europeu, que vão ter lugar no próximo dia 7 de Junho.
Nele são enunciados um conjunto de itens que, se por um lado interessam aos eleitores, também saber-se o que pensam os candidatos sobre eles é importante para uma campanha eleitoral que à partida se prevê desinteressante para os portugueses, pese embora o seu real interesse para Portugal.
São já conhecidos os cabeça-de-lista dos principais partidos a estas eleições europeias. O BE tem o “repetente” Miguel Portas, o PCP a “repetente” Ilda Figueiredo, o PS Vital Moreira, o PSD Paulo Rangel, o CDS Nuno Melo e o PNR Humberto Nuno de Oliveira.
Um pequeno fait-divers permite dizer que os três candidatos da Esquerda são ou foram comunistas, mais ou menos ortodoxos, filiados no PCP. É curioso este facto, porque quer o PS, quer o BE, não conseguiram encontrar ninguém dentro de si, que encarne os seus Ideais desde há longa data. Portas e Vital são “cristãos-novos”, se bem que Vital Moreira tenha tido um estatuto muito superior dentro da nomenclatura do PCP que Miguel Portas.
“Lutando” entre si pelo melhor resultado à Esquerda, os dois ex-comunistas Vital e Portas e a comunista Ilda muito terão que mostrar os que os “separa”, mais do que os “une”, em termos de Europa.
Diferentes são os três candidatos da Direita. Mas, também à Direita aconteceu um fait-divers. A nomeação de Paulo Rangel para liderar a lista do PSD foi feita pelo método do “braço no ar”, um método puro do Estalinismo, que pelos vistos está a fazer “escola” no PSD.
Paulo Rangel é um político com retórica, que, se na qualidade de tribuno é excelente, em termos de conteúdo, Ideias e Valores, “aos costumes disse nada”. Desde sempre que a posição do PSD em relação à Europa é ambígua, sempre ao sabor do momento, sem ter uma linha de rumo de coerência, facto, aliás, habitual neste partido que ora é social-democrata, ora liberal, mas que é indiscutivelmente o “fruto” da ANP do Marcellismo. O seu actual europeísmo tem muito a ver com o facto de Durão Barroso ser o presidente da Comissão Europeia.
Também o CDS prima pela “incoerência” face à Europa. De eurocéptico a convicto europeísta foi um passo, dado pelo actual líder, cuja verticalidade em termos de Ética e de Princípios na Política nunca foi o seu “forte”. Nuno Melo é um “produto” do Portismo, uma “doutrina” difusa em que os Interesses se sobrepõem aos Valores, em que a manutenção, perpetuação no Poder é vista como um objectivo a alcançar por todos os meios. Hoje o CDS é um partido que defende a União Europeia, bem como o Euro, a moeda única. Apoiamos estes dois pontos.
Antifederalista é o PNR e o seu candidato, Humberto Nuno de Oliveira. Não é antieuropeu, é por uma Europa das Nações, onde seja possível que o “menor” seja ouvido e não vigore “a lei do mais forte”, isto é, que Alemanha, França e outros de dimensão aproximada decidam tudo, sem que os pequenos países tenham uma palavra a dizer. Humberto Nuno de Oliveira é um Nacionalista convicto, luta para que Portugal, país ultraperiférico, seja membro de pleno direito na União Europeia. E com estas posições concordamos.
O Tratado de Lisboa, o desemprego, a imigração, a politica externa da UE, a defesa da UE, são temas que o Expresso, e nós, gostaríamos que fossem debatidos na campanha eleitoral. Também outros assuntos como a liberdade religiosa dentro da UE, a posição da UE face aos EUA e principalmente face à Rússia, a problemática da posição da Turquia face à UE e vice-versa, devem ser objecto de clarificação.
Prevê-se uma abstenção para as eleições europeias à volta dos 70%. Se a campanha eleitoral não responder a nenhum dos problemas que assolam a União Europeia, de certeza que este valor será ultrapassado. Não era isso que queríamos.
Mário Casa Nova Martins

Tributo

Profundo connaisseur de Fruta
e incondicional do Professor da Costa
Mário
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By mail, from Lisbon

Pena e Espada

Parabéns, Duarte
Mário

segunda-feira, abril 27, 2009

D. Nuno Álvares Pereira


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Um Lugar de Memória

D. Nuno Álvares Pereira

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Livro: Crónica do Condestável de Portugal
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Meditação de Aljubarrota por António Sardinha
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Livro: Nun´Álvares, Condestável e Santo de D. António dos Reis Rodrigues
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Condestável: Boletim Informativo da SHIP
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Nun`Álvares por António Sardinha
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Livro: O Santo Condestável
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Estatuária sobre o Condestável D. Nuno Álvares Pereira
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Livro: O Santo que salvou Portugal do Correio da Manhã
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Condestável na RTP2
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Livro: Santo Condestável
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Nun`Álvares por António Sardinha
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Livro: O Santo Condestabre de Ruy Chianca
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A Fala de Nun`Álvares por Silva Tavares
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Livro: O Santo que salvou Portugal do Correio da Manhã
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Livro: Vida do Condestável Dom Nuno Álvares Pereira de Henrique Barrilaro Ruas
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Ao Condestável, jubilosamente por Couto Viana
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Livro: O Jovem Nuno Álvares de Alfredo Magalhães
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CTT: Selo Nuno Álvares Pereira
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Nun`Álvares por Carlos Eduardo de Soveral
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Livro: O Condestável de Marcelino da Conceição
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O Condestável no Passado, no Presente e no Futuro Zuzarte de Mendonça
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Livro: Vida e Obra de Dom Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável e O Clarim de Nuno toca a alvorada de Leslie Baker
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O Santo Condestável por Alfredo Pimenta
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Livro: O Beato Frei Nuno de Santa Maria de Alberto Gonçalves
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História do Cavaleiro D. Nuno
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Lançamento do Livro: A Demanda do Mestre de Avis e a vida do Santo Condestável de Isabel Ricardo
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Exortação frente à estátua do Condestável na Batalha por Couto Viana
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Livro: Nun`Álvares Pereira de Valério Cordeiro
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Nun`Álvares por João Ameal
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Homenagem ao Santo Condestável emNonas
Mário

José Campos e Sousa


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Cidade Mar

domingo, abril 26, 2009

D. Nuno Álvares Pereira

D. Nuno Álvares Pereira, 1904
LUCIANO FREIRE (1864 — 1934)
Óleo sobre Tela, 260 x 160 cm
Museu Militar, Lisboa
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Hoje é um dia de Festa para Portugal. O seu Condestável alcançou a Glória da Santidade!

sábado, abril 25, 2009

Mário Silva Freire

Edificio do antigo Magistério Primário de Portalegre
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O 25 de Abril e a formação de
professores do ensino primário
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As Escolas do Magistério Primário foram consideradas pelo poder político dos primeiros tempos da Revolução como um dos alvos prioritários a atingir. E isto porque se pretendia que essas escolas, a partir de então, passariam a ser as formadoras daqueles e daquelas que seriam referências importantes das futuras gerações. Os professores delas saídos, espalhando-se por todo o País, indo até ao mais recôndito e ignoto local, contactando com os pais e as populações, seriam o gérmen de que o País necessitava para poder transformar-se e aderir a uma nova mentalidade.
Por outro lado, Portugal, em 1974, revelava um índice de analfabetismo que o situava na cauda da Europa: cerca de um quarto da população não sabia ler nem escrever, de acordo com as estatísticas mais optimistas. Além disso, as zonas interiores e rurais, com populações mais envelhecidas e com desenvolvimentos económicos, sociais e culturais inferiores ao das zonas litorais e urbanas, apresentavam índices de analfabetismo ainda muito maiores.
Todas estas razões punham a ênfase numa nova formação de professores ao nível do ensino básico que, para além da memorização, pudesse fazer despertar as crianças para a criatividade, a participação, a cidadania. Que lhes revelasse as riquezas mas, também, as debilidades do meio em que viviam e que as preparasse para a vida de modo que um dia elas, como adultos, pudessem ser elementos activos, sem medos, quer na debelação dos males que as afligiam, quer na construção de um País mais desenvolvido.
A partir dessa altura, existia um novo mandato para os professores do ensino primário: o de contribuírem para a transformação da vida dos portugueses. Eles teriam que compreender a sociedade em que se inserissem e, depois, dinamizá-la e conduzi-la no sentido da justiça. Pretendia-se que os professores do ensino primário constituíssem como que um grupo de eleição para implantar os valores e os princípios de uma sociedade com menos desigualdades sociais. Por isso, foi feito um investimento na sua formação inicial, seja nos recursos humanos disponíveis, seja na valorização científica dos conteúdos a incluir nessa mesma formação. Daí, uma modificação dos planos de estudo, do recrutamento de professores e dos processos de avaliação. Os novos programas das Escolas do Magistério Primário tentaram, pois, reflectir esta preocupação pela criança e pela sociedade.
Mas, nada na escola é neutro. Os alunos aprendem coisas que ultrapassam aquilo que lhes é ensinado pela via institucional. E essas aprendizagens têm a ver com múltiplos factores: modos como os alunos se relacionam; modos como os professores se relacionam com os alunos dentro e fora da sala de aula; hierarquias explícitas e implícitas dentro da escola; expectativas explícitas e implícitas em relação aos alunos; relacionamentos dos alunos e professores com as crianças; formas de participação dentro da escola; interacções da escola com o meio envolvente e com a comunidade em geral… São todos estes relacionamentos, expectativas, interacções e vivências, não explicitados nos manuais ou programas, que ajudam a construir conhecimentos, valores e motivações e que adquirem uma importância, por vezes maior do que expressamente está estatuído através dos programas. É o currículo oculto que, fundamentalmente, define uma cultura organizacional e que, numa escola de formação de professores, assume uma importância maior.
Seria, pois, a partir destes dois tipos de currículo, o expresso e o oculto, que iria dar-se forma a uma nova concepção de professor do ensino primário; a ele iria pedir-se o desempenho de um conjunto de papéis, na sua prática profissional, entre os quais:
- conhecer, sob o ponto de vista sociológico, o grupo onde a criança está inserida.
- fazer a ligação do desenvolvimento educativo da criança a uma comunidade de referência; a criança não é alguém que está perdido numa massa mas uma pessoa que está inserida numa comunidade.
- intervir nas condições exteriores, de modo a proporcionar à criança um ambiente adequado, sob o ponto de vista pedagógico; o professor não se limitaria a ser um mero observador de situações desfavoráveis, mas tentaria, no que estivesse ao seu alcance, intervir para encontrar soluções.
- reflectir sobre as condições de vida das crianças, especialmente daquelas que, vivendo em situações precárias, se apresentavam como casos difíceis.
- assumir para com as crianças atitudes positivas de modo a incutir-lhes autoconfiança e esperança num mundo com menos desigualdades.
- e, tendo esses papéis bem presentes, conseguir ser um elemento fortemente potenciador das diferentes aprendizagens propostas nos Programas.

Se muitos dos que se arvoraram em protagonistas daquela época contribuíram para acicatar ódios, gerar desavenças, fomentar medos e confundir liberdade com libertinagem, outros houve que tentaram que a Revolução de Abril pudesse conduzir a um País com um maior desenvolvimento social e económico e onde a liberdade de opinião, o respeito pelos outros e a democracia constituíssem uma realidade. Se tal ainda não aconteceu, talvez uma das causas significativas seja a de não se ter encontrado um rumo para a educação que contenha aqueles princípios que estavam subjacentes na formação que se pretendia para os professores do ensino primário de então.
Mário Freire
(Director da Escola do Magistério Primário de Portalegre
no tempo da Revolução de Abril)

sexta-feira, abril 24, 2009

Oliveira Lima

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Conseguimos finalmente reunir a trilogia de Oliveira Lima, que trata o período da estada da corte no Brasil, da querela à sucessão de D. João VI entre D. Pedro e D. Miguel, e o reinado de D. Miguel.
Tempos atrás fizemos referência a «Dom Pedro e Dom Miguel – A Querela da Sucessão (1826-1828)» e a «D. Miguel no Trono (1828-1833».
Este, «D. João VI no Brasil», antecede cronologicamente os anteriores.
Dada a qualidade da pesquisa histórica das duas obras que lemos, de certeza que esta que vamos agora iniciar a leitura será de outro tanto valor.
Mário

Desabafos


Ficou a saber-se pela leitura de um trabalho inserido no semanário Expresso de 18 de Abril passado, intitulado «Um quinto das Câmaras corta no IRS», que, de acordo com a legislação actual e como forma de autonomia administrativa, as autarquias têm direito, em cada ano, a 5% do IRS dos contribuintes residentes no concelho. Contudo, podem reduzir esse valor, ou até abdicar da sua parcela, para que os moradores paguem menos.
Esta medida insere-se no objectivo de contrariar a desertificação dos concelhos, principalmente os do interior do país. Neste ano de 2009 são sessenta e três as câmaras municipais que tomaram esta medida, e destas, treze autarquias não vão mesmo cobrar nenhuma taxa de IRS, enquanto que as restantes cinquenta vão aplicar um valor inferior a 5%.
Esta medida vai permitir que os moradores dos respectivos concelhos poupem perto de 8 milhões de euros nos impostos.
No que diz respeito ao distrito de Portalegre, os concelhos de Campo Maior, Castelo de Vide, Fronteira, Gavião e Sousel gozam desta medida, o que se deve saudar.
O concelho em que está localizada a capital do distrito, e de acordo com a informação do jornal Expresso, não implementou esta medida.
Portalegre é hoje uma cidade “morta”. Destruída a sua indústria, outrora um dos ex libris de Portalegre, moribundo o seu comércio tradicional, com o centro histórico sem gentes e altamente degradado, sem qualquer pólo de atracção turística, assiste-se a uma desertificação de Pessoas e de Almas.
Portalegre, a continuar assim nos próximos anos, não tem Futuro.
in, Rádio Portalegre, Desabafos, 24/04/09
Mário Casa Nova Martins

Terra e Povo

quinta-feira, abril 23, 2009

D. Nuno Álvares Pereira

Hoje acompanha o jornal Correio da Manhã o livro de Secundino Cunha «A Vida de D. Nuno Álvares Pereira – O Santo que salvou Portugal».
É um livro de cem páginas e a um preço simbólico, 1.50 €. A primeira parte é a Vida de Nun’Álvares, seguindo-se uma entrevista ao bispo de Beja, um carmelita, depois «Como se faz um santo», e por fim a lista dos santos portugueses acompanhada de pequenas biografias, junto com as datas fundamentais na Vida de D. Nuno Álvares Pereira.
Uma Leitura com proveito, para este Dia Mundial do Livro.
Mário
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Sport Lisboa e Benfica

Nunca esperámos outra atitude, outro comportamento deste indivíduo. Há muito que aqui dissemos que Vieira iria uma vez mais arranjar um ‘bode expiatório’ para o seu insucesso á frente do Sport Lisboa e Benfica.
Não há a menor dúvida que o “mal” do SLB está em Luís Filipe Vieira.
Mário

Crónica de Nenhures

Quando nem os Sinos dobram
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A mim, Portalegrense exilado, só me resta o suicídio como forma de me redimir por todo o progresso no qual não participei e por todo o obscurantismo do qual sou seguramente responsável.
Em Portalegre o medo mora atrás dos cantos e das palavras.
A cidade é sórdida no quebranto que nos tolhe a vontade e nos faz recordar as noites lúgubres e inquisitoriais repletas de almas do outro mundo.
Pior só mesmo a Sicília com toda a sua organização clandestina e criminosa, e nem o Vento Suão consegue superar o cheiro dos jasmins de Palermo.
José Corvo
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Quando no mês da Feira das Cebolas do ano setenta do século passado Carlos Garcia de Castro escreveu o poema “Os Sinos de São Lourenço”, ainda havia a Feira das Cebolas e ainda dobravam os sinos da Igreja de São Lourenço. Hoje, tudo já é nada!
A Feira das Cebolas já não tem existência física, enquanto há anos que os sinos da igreja paroquial de São Lourenço não tocam e estão em risco de cair e as torres sineiras de derrocada.
O toque a finados de que fala o poeta Carlos Garcia de Castro já não se ouve, mas a Morte entrou em Portalegre e não quer ir-se embora. Morreu a Arte dos Lanifícios, cuja primeira referência histórica data do tempo do luto pelo rei morto em Alcácer-Quibir. Morre todos os dias a Arte do Comércio, cujos símbolos, a Rua 5 de Outubro e a Rua do Comércio, estão moribundos. Morta está a Arte da Cortiça, a Corticeira Robinson vai fechar. Morto está o Rossio, aquele espaço que era a Ágora da Polis. Morto está o Mercado Municipal, porque as hortas que circundavam a cidade morreram. Nado-morto é a Escola de Hotelaria e Turismo.
Mortos estão os Portalegrenses, que não encontram estimulo para lutarem contra o Mal que assola a cidade e o concelho.
Os grandes responsáveis pelo que de Mau acontece em Portalegre são o Partido Socialista e o Partido Social Democrata. Juntos têm mais de dois terços dos votos. Tudo controlam, em tudo entram, não para servir a Comunidade, mas sim para servirem os interesses partidários e quantas vezes os pessoais.
Em Portalegre não há verdadeira alternância democrática. Seria normal que o partido vencedor ocupasse os lugares de nomeação política. Contudo, em Portalegre há, independentemente do vencedor, uma partilha dos lugares, em que apenas muda a chefia, que é entregue rotativamente ao partido vencedor, mas os quadros intermédios permanecem indefinidamente. PS e PSD dividem entre si o que há a dividir, sejam colectividades culturais, desportivas ou de solidariedade social, sejam lugares públicos.
O Grande Centrão é quem manda em Portalegre, os aparelhos do PSD e do PS distribuem o que há a distribuir pelos seus militantes. O cartão do partido é que dá emprego, que em Portalegre apenas existe no sector público, lugares de mando e mordomias de toda a ordem.
Hoje há duas classes sociais em Portalegre, os militantes do PS e do PSD, e os outros. Os primeiros são 'cidadãos de primeira', os outros 'cidadãos de segunda'. Assiste-se em Portalegre a existência de uma nomenklatura de tipo soviético, composta pelos militantes do Centrão. Nela há estratos bem definidos, cada um sabe até onde pode ir, ao que pode ascender, como deve agir, a quem deve obedecer.
E o Povo de Portalegre tudo vê e cala. E consente!
Mário Casa Nova Martins

Carlos Garcia de Castro

Igreja de S. Lourenço, XVII-XVIII
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OS SINOS DE SÃO LOURENÇO
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Os sinos dobram na Cidade branca.

Os sinos de mais dobrar!

Dobrar dos sinos na Cidade branca,
alguém do campo que lá foi morar.

São sinos de São Lourenço!
os sinos de mais morrer.

Os sinos dobram na Cidade branca,
gente de fora que lá foi viver.

Dobram os sinos na Cidade branca.

Os sinos que dão mais dó!

Dobrar dos sinos na Cidade branca,
era um velhote que vivia só.

São sinos de São Lourenço!
os sinos da maior dor.

Os sinos dobram na Cidade branca,
na Casa de Saúde, um lavrador.

Dobram os sinos na Cidade branca.

Os sinos do maior dano!

Não dobram sinos na Cidade branca,
nem leva padre à frente, era um cigano.

São sinos de São Lourenço!
os sinos de mais de um tom.

Não dobram sinos na Cidade branca,
foi ontem, suicidou-se, era tão bom!

Ai sinos de São Lourenço!
não dobram por mais engano.

Lá vai deposto da Cidade branca
um homem que morreu republicano.

Mais tristes sinos da Cidade branca.

Os sinos do derradeiro.

Caixão de linho virgem, é um anjinho.
filha tão nova, um rapaz bombeiro.
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Portalegre, Setembro 1970
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Carlos Garcia de Castro
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in, Os Lagóias e os Estrangeiros, página 11

Dia Mundial do Livro

Dia Mundial do Livro



Yo el libro.

También el cuerpo se descompagina
porque lo hojeen distraídamente
Soy un imbroglio de maltratado papel
entre las manos de una lectora poco atenta
un magazine en una sala de espera
que irá a parar en unos días más
a la bolsa negra de polietileno
Antes de que esto ocurra, lee en mí
el último capítulo de nuestra historia en común
para que sepas.

Enrique Lihn
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quarta-feira, abril 22, 2009

Feira do Livro de Lisboa - 2009

Feira do Livro de Lisboa
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30 de Abril a 17 de Maio
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Parque Eduardo VII

terça-feira, abril 21, 2009

Crónica de Nenhures

Mordor, in 'O Senhor dos Anéis' de JRR Tolkien
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No Tempo do Tudo e do Nada
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Em Portalegre nada acontece!
Casos de violência doméstica vulgo de faca e alguidar, casos de maus-tratos a idosos ou a crianças, casos de pícaros comendados e descomendados em seguida, casos de fraudes com ou sem ou por paixão, casos de cobiça pelo lugar de outrem, são factos que não acontecem em Portalegre.
Também não acontecem em Portalegre situações de exploração do trabalho infantil e do trabalho de emigrantes, situações de fome e de miséria, situações de desemprego e emprego precário, situações de roubo e agressão, situações de toxicodependência, situações de amores, desamores e divórcios cor-de-rosa, situações de atentado aos bons costumes, situações de sexo explícito, implícito ou perversidade mental.
Em Portalegre, o seu jet-set tem como particularidade principal não se encontrar em festas mundanas, porque as não há, porque as não realiza porque a crise há muito que para ele chegou e não há dinheiro para estroinices, se é que algum vez houve jet-set em Portalegre. Os momentos em que o pretenso jet-set portalegrense convive entre si, são em funerais e nas missas do sétimo dia, porque aqui, onde a cor preta ou cinzenta predomina, não é preciso novas toilettes, e apenas é preciso ter cuidado com o cheiro a naftalina. Pena é que nos funerais e missa do sétimo dia não haja a mesma tradição que a Política portuguesa introduziu nesta Terceira República, a política do croquete e da carne assada.
Em Portalegre tudo acontece!
Tem uma autarquia que já é a maior empregadora do concelho, que faz empréstimos à banca para pagar juros de anteriores empréstimos bancários, que não consegue captar investimentos públicos e privados, que nas taxas autárquicas cobra os valores máximos permitidos por lei, que destruiu o tecido agrícola, industrial e comercial do concelho, que publicamente anuncia projectos inexequíveis para a cidade e o concelho, enfim, que vai continuar no antigo Colégio dos Jesuítas até 2013.
Em Portalegre não se pensa o amanhã. Talvez porque hoje já ninguém acredita que haja um ‘amanhã’ para Portalegre. O ‘dia seguinte’ é o dia de ontem, o de anteontem e o de antes de anteontem. As Tapeçarias não se vendem, os Vinhos não têm qualidade pelo que não são competitivos, as Amêndoas da Páscoa são arqueologia de sabores, o futuro da Corticeira Robinson é um ‘enigma’.
Em Portalegre, tudo & nada acontece!
Mário Casa Nova Martins

Primeiro Foral de Portalegre

Nos 750 Anos do Primeiro Foral de Portalegre
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Foral, ou carta de foral, é o diploma concedido pelo rei, ou por um senhorio laico ou eclesiástico, a determinada terra, contendo normas que disciplinam as relações dos seus povoadores ou habitantes entre si e destes com a autoridade outorgante. Este documento é fundamental para uma terra. Com ele, passa-se a ser reconhecido nos documentos oficiais. Antes, é como se não existisse.
O concelho de Portalegre foi desmembrado do de Marvão por D. Afonso III, que lhe deu foral em 1259. Em 1299, D. Dinis reservou para sempre o senhorio da localidade para a Coroa. Teve foral novo de D. Manuel em 29 de Março de 1511. Em 3 de Janeiro de 1533 foi feita cabeça de uma nova correição, então criada por D. João III. Foi constituída sede de diocese por bula do papa Paulo III, de 18 de Agosto de 1549. Em 23 de Maio de 1550 foi tornada a cidade por D. João III. Por decreto de 18 de Julho de 1835 foi elevada a capital de distrito. Compreende actualmente as freguesias de Alagoa, Alegrete (anexada em 1855), Carreiras, Fortios, São Lourenço, Sé, Reguengo, Ribeira de Nisa, São Julião (anexada em 1896) e Urra.
Historicamente, Portalegre tem existência física, jurídica e administrativa com o foral doado pelo Bolonhês. Todavia, existe uma carta datada do “1.º dia das calendas de Abril de 1229”, onde se refere a “vila de Portalegre”, assim como uma outra carta passada em “Santarém a 13 de Outubro de 1253”, onde era dada uma ordem ao “concelho de Portalegre”.
Estes dois factos escritos antecipam o futuro, que é a doação do foral pelo rei. Ser-se reconhecido como Vila, em 1229, e como concelho, 1253, antes de oficialmente o ser, mostra que o lugar conhecido pelo nome de Portalegre adquirira importância. Essa importância teria derivado de várias circunstâncias, como o número das gentes que a povoava, as quais desenvolviam as actividades consequentes a uma vida em comunidade.
O aglomerado populacional teria alcançado um valor que lhe permitia considerar-se vila, e em seu redor disseminar-se-iam gentes que permitiam na área geográfica circundante constituir um concelho. Também desenvolvera condições de subsistência económica, quer na agricultura, quer no comércio, criando riqueza suficiente que lhe permitisse fazer face ao pagamento de impostos e à existência de representantes dos órgãos administrativos do reino.
D. Afonso III foi notável administrador. Fundou povoações, restaurou, repovoou e cultivou lugares arruinados, e concedeu numerosos forais. Além do foral que concedeu a Portalegre, deve-se também a D. Afonso III a construção de uma fortaleza com torre de menagem e alcáçova.
O texto do primeiro foral de Portalegre, de 1259, é desconhecido. O original do segundo foral, doado por D. Manuel I em 1511, o foral manuelino, também se perdeu. Passados setecentos e cinquenta anos que foi outorgado o primeiro documento que reconhece a existência formal de Portalegre, também parece dado ao olvido esta efeméride.
Sem o foral de D. Afonso III, muito dificilmente Portalegre teria a História que tem. Se o Passado parecer não importar para os Portalegrenses de hoje, dificilmente Portalegre terá Futuro.
É importante, é urgente celebrar os 750 Anos do Primeiro Foral de Portalegre!
Mário Casa Nova Martins
in, Alto Alentejo, 25 de Março de 2009, pg. 4

Cartoon

segunda-feira, abril 20, 2009

Charles Darwin

No passado sábado visitámos a Exposição que celebra os 200 Anos do Nascimento de Charles Darwin, na Fundação Calouste Gulbenkian.
Indispensável!
Mário
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Biblioteca Municipal de Portalegre

Esperança de Lagos

ESPERANÇA DE LAGOS
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Campeão Distrital da época 2008/2009
da
Associação de Futebol do Algarve

De Parabéns os seus Adeptos, Dirigentes e Atletas.
Mário

domingo, abril 19, 2009

No Ano do 80.º Aniversário de Tintin

sábado, abril 18, 2009

HOJE

sexta-feira, abril 17, 2009

Desabafos

Conhecemos Tintin aí pelos nossos sete anos de idade. Os álbuns eram em francês, língua então para nós ignota, pelo que “líamos” a história através dos desenhos, “interpretando-a” de acordo com a nossa memória visual, sem saber o que os diálogos diziam. Curiosamente, ainda hoje quando revisitamos As Aventuras de Tintin, não damos grande importância ao que lemos, fixando-nos mais nas figuras criadas por Hergé.
É muito mais tarde que transpomos a nossa admiração do herói Tintin para o seu Criador e para a Obra deste. Hoje, falamos mais de Hergé do que de Tintin, mais do Criador do que da Criatura, se bem que George Remi dissesse que era “Filho de Tintin”, ou ainda que «Tintin, c’est moi quand j’aimerais être héroïque, parfait», ou então «Les Dupondt, c’est moi quand je suis bête», assim como «Haddock, c’est moi quand j’ai besoin de m’extériorizer».
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Neste ano em que se celebra o 80.º Aniversário de Tintin, por sugestão e convite do meu Amigo Alberto de Araújo Lima, e com a conivência de um outro Amigo, o Vítor Luís Rodrigues, vou participar amanhã dia 18 de Abril num Painel intitulado “A Paixão da Aventura”, cuja temática é Tintin e Hergé. A Sessão é promovida pelo Núcleo Infante D. Henrique da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, e tem lugar no Palácio da Independência, no Largo de S. Domingos, ao Rossio, em Lisboa.
Além de mim, estarão presentes o Jornalista e Crítico de Cinema Eurico de Barros e o Professor Universitário João Marchante. Intitulei a minha intervenção “A Figura do Herói em Hergé”. Espero, por bem, “levar a carta a Garcia”.
in, Rádio Portalegre, Desabafos, 17/04/09
Mário Casa Nova Martins

Ricardo António Alves

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Edgard Félix Pierre Jacobs
(30 de Março de 1904 - 20 de Fevereiro de 1987)
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Georges Prosper Remi
(22 de Maio 1907 - 3 de Março 1983)
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André Franquin
(3 de Janeiro de 1924 - 5 de Janeiro de 1997)
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E. P. Jacobs
O Raio U
Vinheta na página 30
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Hergé, Tintin
Tintin Reporter du 'Petit Vintième, au Pays des Sovietes
Vinheta na página 11
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Franquin, Spirou
Os Herdeiros
Vinheta na página 15
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Hergé, Joana, João e o Macaco Simão
O Vale das Cobras
Vinheta na página 20
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E. P. Jacobs, Blake e Mortimer
O Segredo do Espadão - A Perseguição Fantástica
Vinheta na página 11